João Alexandre Lopes Galvão
Quick Facts
Biography
João Alexandre Lopes Galvão, igualmente conhecido como Coronel Lopes Galvão (Orca, Fundão, 1874 - Lisboa, 23 de Agosto de 1951), foi um militar, engenheiro, e ferroviário português.
Biografia
Vida pessoal e educação
Nasceu na Freguesia de Orca, no Fundão, em 1874, tendo partido ainda muito novo para o Ultramar Português.
Formou-se em engenharia militar, civil e de minas, e em Filosofia pela Universidade de Coimbra.
Carreia profissional e militar
Combateu na Primeira Guerra Mundial, tendo comandado as operações de engenharia na expedição do general Sousa Rosa ao Niassa; também dirigiu, em 1919, o Batalhão de Telegrafistas, o Regimento de Telegrafistas, em 1930, e foi subinspector do serviço militar dos caminhos de ferro, entre 1920 e 1926, segundo comandante da Escola Prática de Engenharia, nos anos de 1925 e 1926, e presidente do Segundo Tribunal de Guerra.
Em Angola e Moçambique, exerceu como inspector de obras públicas, e administrador-geral dos Serviços Hidráulicos e Eléctricos, tendo-se destacado por ter conduzido, em 1905, a construção dos Caminhos de Ferro de Suazilândia e Lourenço Marques. Celebrizou-se igualmente por ter contribuído significativamente para o progresso da cidade de Lourenço Marques, ao ter dirigido as obras de reconstrução do porto, a construção de uma doca seca, e a instalação da Praia e do Hotel da Polana, que vieram desenvolver as actividades turísticas naquela região; também implementou o primeiro bairro económico, fundou o Grémio Náutico, restaurou o Jardim Público, e construiu o colector da Avenida Aguiar, para prevenir as inundações que se faziam sentir periodicamente na Avenida D. Carlos.
Em Angola, dirigiu a construção do caminho de ferro marginal e do cais de cabotagem de Luanda, e ligou, em 1915, a Ilha de Luanda ao continente, o que impulsionou a sua utilização como estância turística e balnear; no mesmo ano, produziu os ante-projectos dos Portos de Luanda e Moçâmedes, e iniciou uma análise à rede rodoviária naquela província. Juntou a gestão portuária e ferroviária de Angola numa só instituição, e organizou o respectivo conselho de administração. Estudou igualmente a instalação de um caminho de ferro de cremalheira entre a cidade de Lubango e a Serra da Chela.
Foi membro dos Institutos Colonial e de Coimbra, sócio das Reais Sociedades de Geografia de Madrid e da Suécia, colaborou no Conselho Superior de Obras Públicas, e colaborou, como especialista em assuntos coloniais, na Sociedade de Geografia de Lisboa, primeiro como vice-presidente, e depois como secretário perpétuo. Foi presidente da Junta Mista, que foi responsável por regular as divergências surgidas após a convenção de 1909, entre Moçambique e o Transvaal, e dirigiu várias comissões para os estudos de vários grandes empreendimentos em Portugal, incluindo o Porto de Lisboa, a Ponte sobre o Rio Tejo, o abastecimento de água à cidade de Lisboa, e vários matadouros, mercados e passagens de nível. Presidiu igualmente à Comissão dos Portos de Pesca, do Tribunal Permanente de Arbitragem dos Caminhos de Ferro, e foi o autor das leis dos aproveitamentos hidráulicos, publicados em 1926, e dos regulamentos das Juntas Autónomas dos Portos.
Colaborou com a Gazeta dos Caminhos de Ferro, durante cerca de vinte anos, tendo ascendido à posição de Vogal no Conselho Directivo daquela publicação. Ocupou esta função até ao seu falecimento. Também colaborou na revista Portugal Colonial(1931-1937).
Falecimento
Faleceu na sua residência, na Rua Maria da Fonte, em Lisboa, em 23 de Agosto de 1951. O corpo foi transladado, inicialmente, para a Igreja dos Anjos, em Lisboa, aonde se rezou a Missa do Corpo Presente, e depois para a Sala Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, aonde foi homenageado, tendo a urna sido coberta com a bandeira daquela organização. Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres. Esteve casado com Amália Lívia Barata Galvão.
Condecorações e homenagens
Detinha o grau de comendador da Ordem do Mérito Civil de Espanha.
Em 1953, um grupo de antigos amigos e admiradores organizou uma romagem à sua campa, por ocasião do segundo aniversário do seu falecimento.