Leopoldo da Silva Amorim Neves
Quick Facts
Biography
Leopoldo Amorim da Silva Neves (Manaus, 1898 — 1953) foi um político brasileiro.
Foi governador do Amazonas, de 8 de maio de 1947 a 31 de janeiro de 1951.
"Depois da longa noite da ditadura getulista, o retorno à prática da Democracia permitiu aos amazonenses elegerem no dia 2 de dezembro de 1945 os seus representantes à Assembléia Nacional Constituinte: Senadores Álvaro Maia e Waldemar Pedrosa; e Deputados Federais Cosme Ferreira Filho, Francisco Pereira da Silva, Leopoldo Amorim da Silva Neves, Leopoldo Carpinteiro Peres e Manuel Severiano Nunes.
O Deputado Leopoldo Neves, a quem o povo chamava carinhosamente de Pudico, seria eleito Governador do Amazonas em 1947. Era um homem público respeitado por sua competência técnica e pela firmeza e coerência de suas posições políticas. Engenheiro-Agrônomo, técnico do Banco de Crédito da Borracha, autor de publicações sobre economia agrícola regional, tinha uma conduta inatacável como parlamentar e administrador público. Antes de chegar à Câmara Federal, fora Deputado Estadual Constituinte (1935) e Prefeito do Município de Parintins.
Leopoldo Neves governou com muita austeridade em tempos extremamente difíceis. Administrou os recursos públicos com acentuado zelo, priorizando os investimentos em infra-estrutura. No seu governo fez-se a pavimentação da Avenida João Coelho, do Boulevard Amazonas, da Rua Recife; construiu-se a ponte Presidente Dutra, abriu-se e pavimentou-se a avenida que posteriormente se chamou Leopoldo Neves (*), ligando o bairro de São Raimundo ao Boulevard Amazonas.
Na busca de solução para a crise de energia elétrica, que se agravava dia a dia devido ao sucateamento das máquinas e equipamentos da concessionária inglesa, Leopoldo Neves baixou o Decreto Estadual nº86, de 11 de fevereiro de 1950, extinguindo o contrato de arrendamento de luz e bondes com a Manaós Tramways and Light Company, e criou os Serviços Elétricos do Estado. O contrato com a Manaós Tramways vigorava desde 9 de junho de 1909, mediante transferência de direitos do concessionário anterior, engenheiro Antonio de Lavandeyra.
Em 18 de Setembro de 1946, a Assembléia Nacional Constituinte promulgou a Constituição dos Estados Unidos do Brasil e o Ato das Disposições Constitucionais Provisórias (art. 218 e art.36, respectivamente), separando-se em Câmara e Senado.
No dia 19 de janeiro de 1947, primeiro domingo após 120 dias contados da promulgação do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art.11), realizam-se nos estado as primeiras eleições diretas para Governador; deputados à Assembléia Legislativa (30 no Amazonas); terceiro Senador e seu suplente (mandato de quatro anos); suplentes dos Senadores eleitos em 1945 (mandato de oito anos); e Deputados Federais (para completar as bancadas estaduais). No Amazonas, contrariando a lógica do jogo político nacional, o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) de Getúlio Vargas e a UDN (União Democrática Nacional), arquiinimiga do ex-ditador, coligaram-se e elegeram Leopoldo Neves para o Governo Estadual e Severiano Nunes para o Senado, abrindo duas vagas na Câmara Federal que foram preenchidas pelos suplentes Manuel Anunciação e Alexandre Carvalho Leal. Para completar a nossa representação (sete membros) na Câmara Federal (art.58, parágrafo da Constituição Federal), foram eleitos os deputados Vivaldo Palma Lima e Antóvila Rodrigues Mourão Vieira. No dia 14 de julho de 1947, a Assembléia Estadual Constituinte promulgou a 11ª Constituição do Estado do Amazonas e os respectivos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, assinados pelos deputados Carlos Soares de Melo, Aristophano Antony, Ney Oscar de Lima Rayol, José Carlos Nobre da Silva, Abdul Sayol de Sá Peixoto, Plínio Ramos Coêlho, José Francisco Monteiro Neto, Almeron Caminha Monteiro, Jaime Bittencourt de Araújo, Josué Cláudio de Souza, Thomás Antônio da Silva Meirelles, Homero de Miranda Leão, Waldemar Machado da Silva, José Negreiros Ferreira, José Feancisco da Gama e Silva, Francisco do Areal Souto, Paulo Pinto Nery, Alexandre Montoril, Raymundo Nicolau da Silva, Danilo de Aguiar Correa, Aderson Andrade de Menezes, Augusto Pessoa Montenegro, Arthur Virgílio do Carmo Ribeira Filho, João de Brito Albuquerque de Veiga Filho, José Henriques de Souza Filho, Áureo Bringel de Melo, Alfredo Eulipes Jackson Cabral e Vicente Mendonça Júnior.
A assinatura do Deputado Menandro Tapajós é a única, entre as dos seus pares, que não consta da Constituição do Estado do Amazonas - 1947(**).
No dia 12 de novembro, primeiro domingo após 120 dias a partir de 14 de julho de 1947, realizaram-se (art. 2º e seu parágrafo único, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias) as eleições para Prefeito e Vereadores dos municípios do interior e sete vereadores da capital. Elegeram-se Vereadores da Câmara Municipal de Manaus, os cidadãos Adriano Augusto de Araujo Jorge, Raymundo Coqueiro Mendes, Walter Scott da Costa Rayol, Sérgio Pessoa Neto, João de Paula Gonçalves e Rodolfo Guimarães Vale. O Prefeito de Manaus foi nomeado pelo Governador Leopoldo Neves (art.37, III, e art.102, parágrafo único, da Constituição do Estado do Amazonas) foi o Senhor Raimundo Chaves Ribeiro.
(*) O nome do Dr. Leopoldo Neves sumiu do cenário urbano de Manaus. Desfez-se a merecida homenagem do povo dessa cidade ao ex-Goverdador. A Avenida Leopoldo Neves agora tem outro nome: Avenida Kako Caminha. (**) Constituição do Estado do Amazonas - Edição da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, 1968.”
Fonte: Manaus Memória (2000 - Manaus) 331 anos de história