Leopold Blaschka
Quick Facts
Biography
Leopold Blaschka (1822-1895), junto com o seu filho Rudolph Blaschka, foi um famoso artesão e ourives da Boémia.
Actividade profissional
Leopold Blaschka foi um vidreiro de Aicha, na Boémia, região do Império Austro-Húngaro e que actualmente se situa na República Checa. Era proveniente de uma família de artesãos do vidro e ourives. No final da década de 1850, Leopold começou a usar o vidro para criar pequenas esculturas coloridas. Inicialmente, fabricava olhos de vidro para cegos e para uso na taxidermia. A sua paixão pela natureza foi aumentada durante uma viagem marítima à América durante a qual pôde admirar mais de perto a fauna marinha. Isto levou-o a esculpir delicadas réplicas de plantas e animais.
O estudo minucioso de plantas e animais estava na moda no Século XIX sendo que os naturalistas pretendiam modelos em três dimensões, tanto para a investigação científica como para exposição em museus. Camille de Rohan, um aristocrata apaixonado por botânica, ouviu falar do trabalho de Blaschka e encomendou-lhe cem peças de vidro para a sua colecção de orquídeas. Mais tarde, o conservador do Museu de História Natural de Dresden encomendou-lhe uma série de anémonas de vidro para serem expostas num aquário. A precisão na forma, dimensão e cor dos modelos fabricados deram fama a Blaschka, que resolveu passar a trabalhar naquela cidade alemã. O seu trabalho era cada vez mais reconhecido, passando a receber encomendas de maior importância, tal como a efectuada pelo Museu de História Natural de Londres de cem reproduções de animais aquáticos.
Por volta de 1880, a oficina onde Leopold e o seu filho Rudolph trabalhavam produzia perfeitos e belíssimos exemplares em vidro de medusas, caracóis, anémonas, lulas e polvos destinados a museus, universidades, aquários e instituições científicas em todo o mundo. Para criarem os seus modelos, os Blaschka baseavam-se nas ilustrações dos livros de história natural ou nas suas próprias memórias de crustáceos, protozoários, corais e moluscos autênticos. No entanto, com os proventos cada vez maiores da sua actividade, instalaram um aquário na sua casa de Dresden para poderem observar os modelos reais.
A técnica usada para realizar as esculturas de vidro era completamente artesanal. Pai e filho fabricavam as minúsculas peças de vidro que sopravam depois ao fogo e fixavam com colas animais e vegetais. Pintavam à mão cada exemplar, utilizando esmaltes naturais. A partir de 1890, os Blaschka passaram a dedicar-se mais intensamente à criação de plantas de vidro para o Museu Botânico da Universidade de Harvard com o qual assinaram um acordo de exclusividade. Hoje, no Museu de História Natural daquela instituição norte americana, pode ser vista a célebre The Ware Collection of Blaschka Glass Models of Plants, com milhares de modelos em vidro de plantas e flores. Após a morte de Leopold, em 1895, o seu filho Rudolph prosseguiu a tarefa e chegou a produzir mais de quatro mil réplicas de flores exóticas. Infelizmente, veio a morrer sem deixar descendência ou aprendizes que pudessem continuar o trabalho. A arte extraordinária dos Blaschka morreu com eles.
As obras artísticas de extremo rigor e valor científico encontram-se em museus de Londres, Aberdeen, Viena, Berlim e em muitas outras grandes cidades mundiais. Existe ainda a Casa Blaschka de Dresden, onde se homenageia o trabalho daqueles artesãos.
Ver também
Em inglês
- Páginas do Museu do Design de Londres sobre a vida e obra dos Blaschka
- The Ware Collection of Blaschka Glass Models of Plants Harvard website
- Invertebrate Models at Cornell University
- "Glass Flowers bloom again at HMNH", Harvard University Gazette
- "'Glass Flowers' gallery to close for renovations", Harvard University Gazette
- "Care for Glass Flowers branches out: Natural History Museum's fragile flowers get needed cleaning and repair", Harvard University Gazette
- "These creatures see dusty duty: Obscure cousins of the Glass Flowers depict denizens of the deep", Harvard University Gazette
- "Eclipsed for decades, Harvard's glass animals step out", Harvard University Gazette