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Leandro Demori
Brazilian journalist

Leandro Demori

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Brazilian journalist
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Biography

Leandro Demori (São Miguel do Oeste, 06 de janeiro de 1981) é um jornalista e escritor brasileiro especializado em jornalismo investigativo com ênfase em sistemas mafiosos. É editor-executivo do site The Intercept Brasil.

Em junho de 2019, liderou a cobertura do caso que ficou conhecido como Vaza Jato, vazamento de conversas travadas no aplicativo Telegram entre o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol, além de outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.

É autor do livro Cosa Nostra no Brasil, a história do mafioso que derrubou um império, que conta a vida do mafioso italiano Tommaso Buscetta.

Carreira

Medium e revista Piauí

Nascido no interior de Santa Catarina de uma família de agricultores e metalúrgicos, seguiu o ofício de jornalista inspirado em um tio que trabalhava no rádio. Começou a trabalhar como jornalista ainda na adolescência editando por conta própria um pequeno jornal impresso em formato A3 chamado 'O Botequim'. O jornal era disposto sob os plásticos das mesas de restaurantes. Para viabilizar financeiramente o material, Demori vendia patrocínio e distribuía o informativo pela região.

Depois de trabalhar em rádios e jornais locais, se mudou para Porto Alegre, onde estudou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi um dos editores do blog de sátira política A Nova Corja, selecionado pelo jornal O Estado de S. Paulo como um dos mais importantes blogs da década de 2000.O blog foi indicado pela rede de televisão alemã Deutsche Welle como um dos principais blogs em língua portuguesa do mundo.

Em 2008, mudou-se para a Itália, onde estudou na Associação de Jornalismo Investigativo do Lazio, em Roma. Também se certificou como Investigador Web pela City University London, em Londres, na Inglaterra. Na Europa, atuou como correspondente independente para diversos veículos brasileiros, fazendo coberturas como a do Terremoto de Áquila, além de reportagens sobre políticae máfia

De volta ao Brasil, tornou-se editor da plataforma Medium no paíse foi editor do site da revista piauí, onde ajudou a desenvolver as plataformas digitais da revista.

The Intercept

Demori foi anunciado como editor-executivo do site americano em dezembro de 2017 . Com sua chegada, o TIB, como é conhecido, ampliou seu alcance e impacto . O site foi o primeiro veículo do mundo a noticiar que milicianos estavam envolvidos no crime da vereadora Marielle Franco.Durante a cobertura das eleições 2019, o presidente eleito Jair Bolsonaro bloqueou o editor no Twitter antes mesmo de assumir o cargo. O bloqueio aconteceu em 22 de dezembro de 2018 e levantou o questionamento se um presidente eleito poderia bloquear um jornalista por não concordar ou não gostar de suas opiniões. O Supremo Tribunal Federal foi acionado para julgar a causa.

Vaza Jato

Em junho de 2019, Demori assinou um editorial no TIB – juntamente com Glenn Greenwald e Betsy Reed – explicando ao público o caso Vaza Jato.Ele também assinou uma das três primeiras reportagens que dariam início à série.

Como editor-executivo do site, o editor coordenou a equipe de jornalistas do TIB no caso que publicou quase 100 reportagens.

As transcrições de conversas obtidas no aplicativo Telegram por uma fonte a qual o site nunca revelou o nome indicaram que o ex-juiz e então ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, cedeu informação privilegiada à acusação, auxiliando o Ministério Público Federal (MPF) a construir casos, além de orientar a promotoria, sugerindo modificação nas fases da operação Lava Jato e troca de promotores em audiências; também mostraram cobrança de agilidade em novas operações, conselhos estratégicos, fornecimento de pistas informais e sugestões de recursos ao MPF. As reportagens mostram também que o MPF vazava informações para a imprensa, usava jornalistas para fins políticos; os procuradores, segundo as reportagens, também acessaram arquivos da investigação ilegalmente. Todos atos considerados ilegais pela lei brasileira.

Os vazamentos tiveram ampla repercussão global- e levaram a ONU a pedir ao governo brasileiro a proteção de Greenwald e Demori por conta de ameaças contra suas vidas.

Sérgio Moro, a força-tarefa da Lava Jato e o MPF questionaram a autenticidade, a legalidade e a origem dos dados, mas admitiram, em alguns casos, a autenticidade do conteúdo revelado

Operação Spoofing

Em 24 de julho de 2019, noticiou-se que Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", preso pela Polícia Federal, confessou ser o responsável pela invasão do celular do ministro Sérgio Moro e de várias outras autoridades. O hacker, preso durante a Operação Spoofing, posteriormente confirmou à Polícia Federal ter dado ao The Intercept as informações furtadas. Em seu depoimento, Delgatti disse que não adulterou o conteúdo das mensagens e que nem vendeu seu conteúdo a Greenwald .

No relatório final da operação, a Polícia Federal inocentou o jornalista, declarando que ele havia agido nos limites da lei.Sem ouvir novas testemunhas, o MPF usou as mesmas provas da Polícia Federal e denunciou Greenwald. O caso ainda não foi aceito pela Justiça.

Literatura

Demori é autor de um livro reportagem sobre a presença da máfia italiana Cosa Nostra no Brasil. A obra, intitulada Cosa Nostra no Brasil, a história de um mafioso que derrubou um império, centra seu foco na figura de Tommaso Buscetta, um mafioso siciliano que viveu no país entre os anos 1950 e 1980 até ser preso e expulso pela Ditadura Militar.Graças a seu depoimento, redes com centenas de mafiosos foram desmanteladas na Itália e nos Estados Unidos. Um filme sobre a vida do criminoso – que tem como uma das protagonistas a atriz brasileira Maria Fernanda Cândido – foi indicado pela Itália ao Oscar 2020, mas não foi escolhido pela Academia.

Prêmios e honrarias

Demori foi eleito um dos principais blogueiros da década de 2000 por seu trabalho como editor do blog A Nova Corja.

Ele também recebeu, em 2016, juntamente com Alexandre de Santi e Carla Ruas, o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na categoria especial pela reportagem O Rei do Mato , a história de um dos principais desmatadores da Amazônia. A reportagem também foi a vencedora na categoria Jornalismo WEB do Prêmio República , concedido pela Associação Nacional dos Procuradores da República.


Sua reportagem sobre o aparato de espionagem da Fiat do Brasil durante a Ditadura Militar foi finalista, em 2019, do Prêmio Vladimir Herzog . A história, assinada também por Pedro Henrique Moreira Grossi, Janaína Cesar da Silva e Alessia Cerantola, conta a história dos 145 espiões que ajudaram a montadora a monitorar e entregar operários para o aparato de repressão. Como editor, foi finalista do Prêmio Gabriel Garcia Marques 2019 com a reportagem O Fim de Uma Facção], assinada por Cecília Olliveira e Yuri Eiras com design de João Brizzi e Rodrigo Bento.

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