Kim Ribeiro

Joaquim Augusto de Assis Ribeiro de Oliveira, (Juiz de Fora, Minas Gerais, 31 de janeiro de 1949), mais conhecido como Kim Ribeiro, é compositor e flautista brasileiro.

Kim foi o penúltimo de 10 irmãos em uma família tradicional mineira. Seu pai era professor, executivo, co-fundador da Faculdade de Filosofia de Juiz de Fora e membro da Orquestra Filarmônica da cidade. Ainda criança Kim começou a tocar piccolo (de 8 chaves, presenteado pelo pai). Na adolescência, em 64 começou a tocar flauta em shows de bossa-nova com os da terra: Sueli Costa, Walmiro, Narciso, Fabinho, Élcio Costa, Lisieux, etc.

Em 1964, Kim subiu aos palcos como músico acompanhante em shows de bossa nova, que eram imitação do que acontecia no Rio de Janeiro. Quatro anos depois (1968) mudou-se para o então Estado da Guanabara para estudar música. No Rio de Janeiro, conheceu Paulinho da Viola e enturmou-se com Chico Buarque, a turma do MPB-4, Albino Pinheiro, Paulinho Tapajós e outros, formando o time dos músicos que semanalmente batia uma pelada contra jornalistas e cineastas em Madureira.

Em 1969, tocando piccolo, integrou a Banda do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara, na qual permaneceu até 1972. Formou-se em 1971 nos Seminários de Música Pro Arte com Esther Scliar, maestro Guerra Peixe, Odette Ernest Dias, Homero de Magalhães, Lenir Siqueira e aprendeu muito com músicos como Copinha, Paulo Moura, os músicos da Banda do Corpo de Bombeiros e com a prática da música, acompanhando cantoras, compositores e formando os próprios grupos. Na época de aprendizado foi primeiro flautista da Orquestra Juvenil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na época regida por Nélson Nilo Hack e solista (flauta) da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, regida por Florentino Dias (com essa orquestra teve a oportunidade de solar o Concerto Brandemburgo nº5 na Igreja da Candelária).

Nessa época passou a acompanhar músicos como Nélson Cavaquinho, Alaíde Costa, Johnny Alf, Sérgio Ricardo e Baden Powell, entre outros. Lecionava o instrumento na Escola Brasileira de MPB, que funcionava no MIS (Museu da Imagem e do Som) e no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro.

Em 1975 transferiu-se para Juiz de Fora e deu aulas no Conservatório Estadual de Música. No ano de 1978 foi importante sua participação do Sétimo Encontro Latino-Americano de Música Contemporânea, pois teve contato direto com músicos como o maestro Jorge Peixinho, Oscar Bazán, Violeta de Gainza, Dieter Kaufman, Gilberto Mendes, Hans-Joachim Koellreutter, José Maria Neves, Graciela Paraskevaides e Wily Corrêa. Participou de vários grupos musicais: o Quinteto de Sopros Juvenes, o Ad Libitum (com Mauro Senise, Raimundo Nicioli, Neco, Milton Botelho e Cid Freitas) e o Quarteto Pixinguinha (com Raul Mascarenhas, Ronaldo Albernaz e Mauro Senise) foram os mais duradouros.

Integra atualmente o Quinteto Pixinguinha ao lado de Mauro Senise, Andréa Dias, Franklin da Flauta e Raimundo Nicioli e o regional Choro & Cia com Cazé, Cesar Ferreira, Fernando Cesar, Álvaro Gianinni e Márcio Gomes, atuando no Rio e organizando em Minas o Mosteiro do Som.

Entre 1980 e 1985 morou no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre estudou violoncelo com Jorge Falcione e Inge Schmiedt e integrou - como flautista - os grupos: Quarteto c/ Hella Franck (violino), Marcelo Berwanger (viola) e Ricardo Pereyra (cello), Trio de Flautas (com Sandra Costa e Ayres Potthoff) e Trio de Madeiras, ao lado de Augusto Maurer (clarinete) e Adolfo Almeida Jr. (fagote). No ano de 1993, como preparador de coral, participou do CD gravado no IV Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, pelo selo C.C. Pró-Musica.

Sua música foi apresentada nos vídeos: Nair Benedicto, dirigido por José Santos para a Fundação Itaú Cultural, São Paulo, Causa Mortis, dirigido por Marcos Pimentel e Silvia está na trilha de Tchai Macedo, video produzido para a TV Cultura de São Paulo. Diretor musical do cinevídeo O Rei do Samba, de José Sette, participou de cenas como músico e figurante. Tocou na trilha sonora do longa-metragem O General de Fábio Carvalho também gravada em CD.

• Kim Ribeiro, LP pela GOG Produções (1981) - com suas composições: Plu, Soneto (c/ Mário Quintana), Kvinopo, Ol, Traça Coco, Um adeus (c/ João do Cavaco, Luana, Mais do que isso e ainda "Cabaninha" de Jessé Silva e "Valsa de Eurídice", de Vinícius de Morais.
• Kim Ribeiro/ Raimundo Nicioli, LP pela GOG Produções (1982) - com o compositor, pianista e violonista registrou suas composições: De manhã, Tempo de espera (c/ Regina Celi), Nuvem Passageira e Sábado à noite (em parceria com Raimundo Nicioli).
• Porto Alegre 83, LP pela GOG Produções (1983) - coletânea que reuniu diversos artistas gaúchos: Geraldo Flach, Giba Giba, Fernando de Ó, Toneco, Raiz de Pedra, Cao Trein, Hique Gomes, Sá Brito e De Santana, incluiu de sua autoria Radiko Lapis e Rosa Formosa.
• Kim.Mid, primeiro CD (1999) - no qual as composições Preludeto, Clarice, Diário, Cecília vai ao cinema,Homenagem aos Mestres, Silvia e outras são tocadas por computador.
• Jubileu, CD (2000) - comemorando os 50 anos de vida, tem participação de Mauro Senise, Raimundo Nicioli, Andréa Dias, Kalota, Márcio Hallack, Dudu Lima, Don Camilo, Franklin da Flauta, Luiz Fernando Zamith, Odette Ernest Dias e o grupo Choro & Cia.
• Quinteto Pixinguinha, primeiro CD do Quinteto Pixinguinha (2000) - que apresenta um arranjo seu para Desprezado e tem uma versão de Traça Coco, de sua autoria, com Raimundo Nicioli (violão de 7), Zeca Assunção (contrabaixo) e Mingo Araujo (percussão).
• Majestic, CD (2004) - músicas suas, de Toneco, Johann Sebastian Bach e Ernesto Nazareth foi gravado em Porto Alegre (RS) com Kim (flauta), Toneco da Costa (violão), Adolfo Almeida Jr. (fagote) e Fernando do Ó (percussão e bandolim).
• 40 anos de música, CD (2005) - músicas suas gravadas ao longo da carreira e um samba novo, Poderosa Figura.
• Diverso Universo, CD (2017) - com quarteto de flauta (Kim), piano (Valéria Mendonça), contrabaixo (Berval Moraes) e bateria (Roberto Rutigliano) o grupo gravou Haendel, Mozart, Chopin, Nazareth, Gershwin,Villa Lobos, Ibert, Trevor Smith e seu "Traça Coco".

Gravado pelos artistas:

• Chorando à toa, no CD "Descontraído" - Escola de Música da Rocinha - 2009 - gravou o choro "Diário".
• Odette Ernest Dias, pelo selo Rádio MEC - 2005 - gravou "La bête grenoir", para flauta solo.
• Mônica Mendes, independente - 2004 - gravou os sambas "Um adeus" (de Kim e João do Cavaco) e "De manhã".

Participou dos CDs de Domingos Teixeira, Jaime Além e Nair de Cândia, Joãozinho da Percussão, Hélio Quirino, Unimúsica 150 (projeto da UFRGS), Don Camilo, 12 Abah, Estêvão Teixeira, Glaucus Linx, Big Charles e Mônica Mendes, entre outros.

• Music Express