Jorge Cruz
Quick Facts
Biography
Jorge Cruz (Praia da Barra, Gafanha da Nazaré, 1975) é um músico, cantor, produtor e compositor. Fundou o grupo Diabo na Cruz e é autor de canções de artistas como Amor Electro, Cristina Branco, Raquel Tavares e Ana Moura, cujo single "Dia de Folga" lhe valeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música.
Biografia
Em 1995 fundou os Superego, um power-trio de Aveiro que conta na sua discografia com Quem Concebeu o Mundo Não Lia Romances (1998) e A Lenda da Irresponsabilidade do Poeta (2000), disco que apresentou um manifesto que fazia a apologia da música portuguesa cantada em português. A banda terminou em 2001, após um concerto no Noites Ritual Rock (Porto), onde se metamorfoseou na Fanfarra, um colectivo focado na música tradicional portuguesa e na sua fusão com o rock.
Diabo na Cruz
Em 2008, Jorge Cruz formou em Oeiras um power-trio com Bernardo Barata (baixo) e João Pinheiro (bateria), a que se juntou B Fachada (viola braguesa) e João Gil (teclados). No ano seguinte, lançaram o EP Dona Ligeirinha e o álbum de estreia Virou!, que foi considerado um marco na música nacional pela forma como integrou sonoridades da música tradicional e do rock contemporâneo. Inspirado pelo Tropicalismo, pela relação que a música brasileira tem com o seu próprio passado, pelo legado da música portuguesa (José Afonso, Fausto, Sérgio Godinho, Vitorino, Banda do Casaco, entre outros) e pela música anglo-saxónica , Jorge Cruz pôs instrumentos eléctricos a evocar melodias resgatadas da memória da tradição oral, convidando a música moderna portuguesa a encontrar-se com a sua raiz.
Diabo na Cruz destacou-se desde o início pelos concertos capazes de conquistar o mais variado público, desde as festas de aldeia aos grandes festivais e salas urbanas. Com três anos na estrada e centenas de concertos, a banda sofreu uma reformulação. B Fachada abandonou o grupo uma semana antes da gravação do segundo disco, Roque Popular (2012), e entraram os novos elementos Manuel Pinheiro (percussões, electrónica) e Sérgio Pires (viola braguesa). Com o álbum Diabo na Cruz (2014), o grupo continuou a trabalhar com a memória colectiva da musicalidade portuguesa com um apetite mais omnívoro, mais pop e mais experimentalista. O disco levou a banda a percorrer Portugal de Norte a Sul ao longo de cerca de 50 concertos. No final de 2015, essa vida de estrada sagrou-os vencedores na categoria de "Melhor Actuação ao Vivo" nos Portugal Festival Awards.
Discos a solo
Jorge Cruz apresentou-se pela primeira vez a solo com O Pequeno Aquiles, alter-ego com o qual editou em 1999 um disco acústico de 300 exemplares.Em nome próprio editou Sede (2004), Poeira (2007) e Barra 90 (2011), álbum onde recupera e regrava canções originalmente compostas entre 1993 e 1999. Barra 90 conta com convidados como B Fachada (que co-produziu e tocou no disco), Márcia, Tiago Guillul, membros d'Os Pontos Negros e de Diabo na Cruz.
Compositor e letrista
Jorge Cruz escreveu letras para os Amor Electro ("Rosa Sangue", "Só é Fogo se Queimar", "Amanhecer" e "No Esplendor do Vendaval") e para o projecto Movimento.2015 foi o ano de "Dia de Folga", canção interpretada por Ana Moura com letra e música de Jorge Cruz. O single ultrapassou a marca dos 4 milhões de visualizações no YouTube e venceu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Música.Em 2016, Jorge Cruz assina canções com letra e música da sua autoria em discos de Raquel Tavares ("Meu Amor de Longe", o primeiro single de Raquel) e Cristina Branco ("Boatos", o segundo single de Menina).
Produções e colaborações
Além de produzir os seus discos a solo e de Diabo na Cruz, Jorge Cruz foi o produtor de Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco (2009) d'Os Golpes, do álbum homónimo de João Só e Abandonados, editado em 2009, e de O Pulsar da Matilha (2012) dos NOME. Co-produziu Nº1 Sessão de Cezimbra (2008) de João Coração, o primeiro disco homónimo de B Fachada (2009) e Pequeno-Almoço Continental (2010) d'Os Pontos Negros. Participou em discos dos More República Masónica, Fadomorse, João Coração, Samuel Úria, Tiago Guillul, João Só e Abandonados e em Xungaria no Céu, álbum colectivo da editora FlorCaveira. No tema-título do segundo álbum de Superego partilhou o microfone com Manel Cruz (Ornatos Violeta). Na discografia de Diabo na Cruz angariou participações de duas das suas maiores referências musicais: Sérgio Godinho e Vitorino Salomé.
Discografia
A solo
- O Pequeno Aquiles (CD, Murmúrio, 1999)
- Sede (CD, NorteSul, 2004) / (reed. nova capa: CD, NorteSul 2005)
- Poeira (CD, Som Livre, 2007)
- Barra 90 (CD, Murmúrio, 2011)
Superego
- Quem Concebeu o Mundo Não Lia Romances (CD, 1998)
- A Lenda da Irresponsabilidade do Poeta (CD, 2000)
Diabo na Cruz
- Dona Ligeirinha (EP, Flor Caveira, 2009)
- Virou! (CD, Flor Caveira, 2009)
- Virou! + Combate EP (CD + EP, Flor Caveira, 2010)
- Roque Popular (CD, Flor Caveira, 2012)
- Diabo na Cruz (CD, Murmúrio, 2014)
- Diabo na Cruz + Saias EP (CD + EP, 2016)