Auritha Tabajara
Quick Facts
Biography
Auritha Tabajara (Ipueiras, Ceará,1980) é uma escritora brasileira, poeta e contadora de histórias, conhecida por ser a primeira cordelista indígena do Brasil. O seu livro Magistério Indígena em Verso e Poesia foi considerado como de leitura obrigatória nas escolas públicas pelo Estado do Ceará.
Percurso
Auritha Tabajara (nome ancestral), registada oficialmente como Francisca Aurilene Gomes, nasceu no interior do Ceará na aldeia indígena de Ipueiras, do povo Tabajaras em 1980.
Aprendeu a ler com 6 anos e começou a escrever em rima as histórias contadas pela avó Francisca Gomes.
Mais tarde, mudou-se para São Paulo, a 370 km da aldeia onde nascera. Lá onde passa a fazer parte do Conselho de Povos Indígenas da Cidade de São Paulo. Lá começou a estudar para entrar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo mas desistiu ao ser vitima de racismo.
Dedica-se à escrita e torna-se a primeira indígena a ser reconhecida como cordelista.
Nas suas obras, sempre em rima e em estilo cordel, fala sobre a história do povo Tabajara, a posição da mulher dentro das comunidades, como é viver numa grande cidade, o estar longe de casa, entre outros temas.
Obra
Para além de vários cordéis publicados em antologias indígenas, é autora autora dos livros:
- Magistério Indígena em versos e poesia (2007)
- Toda luta, a história e a tradição de um povo (2010)
- Coração na aldeia, pés no mundo (2019)
Para além de escritora, Auritha realizou em 2020 o documentário A Mulher sem chão.
Reconhecimento e Prémios
A Secretaria de Educação do Ceará (Brasil), editou e colocou o seu livro primeiro livro, intitulado Magistério Indígena em Verso e Poesia, na lista de leituras obrigatórias nas escolas públicas.
A publicação do seu folheto Toda luta e história de um povo foi apoiada pela Secretaria de Cultura de Fortaleza.
A rede Visibilidade Indígena colocou-a entre as 25 mulheres escritoras indígenas que devem ser conhecidas.
Auritha encontra-se entre os autores indígenas utilizados por Heliene Rosa da Costa para fundamentar a sua tese, intitulada Identidades e ancestralidades das mulheres indígenas na poética de Eliane Potiguara.