Antônio Gonçalves de Morais
Quick Facts
Biography
Antônio Gonçalves de Morais (Piraí, 1803 — setembro de 1876) foi um empresário e fazendeiro brasileiro.
Era o filho mais velho dos Barões de Piraí, José Gonçalves de Morais e Cecília Pimenta de Almeida Frazão de Sousa Breves. Comendador da Imperial Ordem de Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa. Casado com Dona Rosa Luísa Gomes (Luisinha), filha do segundo casamento do Coronel José Luís Gomes, Barão de Mambucaba, que foi o fundador da cidade de Piraí.
A partir de um sítio seu, na barra do rio Piraí, começou a surgir o pequeno povoado de Sant'Anna de Barra. O rio Paraíba cortava o povoado e num vislumbre visionário, o Comendador resolve construir uma ponte para a passagem de carga, animais e gente. Cobrava sete vinténs para a passagem e a ponte ganhou o apelido de Ponte dos Sete Vinténs.
Ficou conhecido por "Mata-gente" porque vinte escravos de sua fazenda "Salto Pequeno", mataram um feitor. Se os escravos fossem condenados, iriam para a forca por assassinato e o comendador somaria grande perda em dinheiro, pelo alto valor da mão-de-obra escrava que perderia.
Para não correr riscos o Comendador ordenou que escravos atirassem o corpo do feitor num açude da fazenda, com uma pedra amarrada ao pescoço, para evitar provas. Entretanto, a polícia foi avisada, e ao tomar ciência de tal acontecimento, dirigiram-se à fazenda do Salto Pequeno, no município de Passa Três. Antes que a polícia chegasse, por contatos internos, Antônio Gonçalves de Morais, avisado, solicitou que seus homens trocassem o corpo de lugar, enterrando-o então numa bacia de cal virgem. Quando a polícia chegou, não encontraram o corpo do feitor, mas o Comendador não escapou do processo judicial que lhe moveram.
Livrou-se da cadeia, dando sessenta contos de réis ao juiz de Valença, mas ficou com o apelido de "Mata-gente", e com a fama de que pagava as suas contas aos caixeiros viajantes, mas depois agarrava-os na estrada para esvaziar-lhes os bolsos. Os que resistiam eram mortos e atirados ao fundo do açude".
Não há certeza nos fatos narrados, mas pode-se chegar bem próximo da realidade, se analisarmos os costumes vigentes da época, onde o fazendeiro e grande latifundiário, era a suprema autoridade perante os seus familiares e agregados à fazenda.
"A força opunha-se à força, demonstrando o pouco caso que estes senhores de terras e almas faziam da autoridade policial da época". (Taunay)
Em sua fazenda São João da Prosperidade no caminho de Ipiabas podemos encontrar um alçapão no piso de uma das salas. Dizem os antigos que em baixo passava um córrego e servia para desaparecer com os fiscais do governo mais reticentes.
O capitão Mata-Gente foi um grande benfeitor das cidades de Ipiabas, Barra do Piraí e Dorândia (Dores do Piraí) com doação de terras e dinheiro para a construção da Santa Casa de Misericórdia, de embarcações, do hotel, de igrejas e outros melhoramentos.