Marcelo Janot
Quick Facts
Biography
Marcelo Janot (Rio de Janeiro, 19 de maio de 1970), é um jornalista, professor, crítico de cinema e DJ Brasileiro. Graduado em Comunicação Social pela PUC-Rio, iniciou sua carreira jornalística em 1992, no caderno cultural da Tribuna da Imprensa, e depois passou, como repórter e crítico de cinema e música, por alguns dos mais importantes veículos de comunicação do país, como Jornal do Brasil, O Dia, Editora Abril, Multishow, Telecine, entre outros. Atualmente, é crítico de cinema do jornal O Globo e editor do site Críticos.com.br, além de professor de cursos livres de cinema. Em 2018, lançou pela editora Autografia o livro "Revisão Crítica", em que faz a crítica das próprias críticas. Paralelamente, desde 1994 vem construindo sólida carreira como DJ, o que o levou a ser reconhecido no Brasil e no exterior como um dos principais DJs especializado em música brasileira. Foi eleito pela Revista Época o melhor DJ do Rio no período de 2009/2010 e incluído entre as “446 Razões Para Amar o Rio”, matéria de capa da revista Veja Rio em março de 2011.
Crítico de cinema
Começou escrevendo sobre cinema no jornal Tribuna da Imprensa, onde era responsável pela coluna de filmes na TV. Sua primeira crítica, publicada em novembro de 1992, foi sobre o filme “O Processo”, de Orson Welles, que estava sendo relançado no Estação Botafogo. Por indicação do renomado crítico Ronald F. Monteiro, ingressou na Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ). Depois de três anos na Tribuna, teve rápidas passagens pelo jornal O Dia, pela Editora Abril e em seguida foi para o Jornal do Brasil. No JB, entre 1996 e 2006, foi crítico e repórter da Revista Programa e do Caderno B. Também colaborou em revistas como Showbizz, Trip e International Magazine, e foi redator do programa Radical Livre, do canal Multishow. Saiu do Jornal do Brasil para assumir o cargo de editor-chefe na fase embrionária do jornal Metro.
Em 2002, teve a ideia de reunir críticos com vasta experiência em jornal para criar o site Críticos.com.br, que em pouco tempo se tornou uma referência de boa leitura cinematográfica na internet e um dos principais sites de cinema do país. No ano seguinte, foi eleito presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), entidade que representa a FIPRESCI, a Federação Internacional dos Críticos, no Brasil. À frente da ACCRJ, participou da criação do Congresso Brasileiro de Cinema, organizou o seminário A Arte da Crítica, no CCBB, e as mostras Melhores do Ano, com a exibição de filmes e debates. Em 2005 foi reeleito para um novo mandato de dois anos.
Como crítico, participou do júri da crítica e do júri principal de diversos festivais internacionais e nacionais, como Rotterdam, San Sebastian, Havana, Chicago, São Francisco, Palm Springs, Montreal, Punta del Este, Rio de Janeiro, Gramado, entre outros. Também colaborou com a revista Cahiers du Cinema espanhola e com a Positif francesa. Paralelamente ao seu trabalho como editor do Críticos.com.br, passou a atuar como crítico na televisão. Participou regularmente do programa Cadernos de Cinema, na TVE, e em março de 2006 se tornou comentarista do canal Telecine Cult, apresentando a sessão Cult Movie, aos domingos, e os Sanduiches de Oscar, comentando filmes indicados e vencedores do prêmio da Academia.Participa eventualmente dos telejornais da Globo News, como comentarista de cinema e música, e do Redação SporTV, falando de futebol. Também foi colunista do programa Revista do Cinema Brasileiro, da TV Brasil.
No rádio, produziu e apresentou o programa semanal Identidade Brasileira, na antiga Globo FM, entre 2004 e 2005, e foi redator e apresentador da coluna diária Cine, na rádio SulAmérica Paradiso, entre 2010 e 2011.
Integrou diversas comissões públicas de seleção de projetos cinematográficos, como BNDES, Petrobras, RioFilme e Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Livro Revisão Crítica
Em 1992, o crítico de cinema redigia seus textos na máquina de escrever, e não havia internet para ajudar na pesquisa. Foi nesse cenário que Marcelo Janot iniciou sua carreira, no caderno cultural da Tribuna da Imprensa. Ao longo de 25 anos, o exercício da crítica mudou junto com os meios de comunicação, e Janot exerceu o ofício em todas as mídias. Formou uma geração de cinéfilos com seus comentários no Telecine Cult por quase uma década; vislumbrou a busca do leitor por crítica de maior credibilidade na internet ao criar o Críticos.com.br; e na mídia impressa viveu os áureos tempos da Revista Programa do Jornal do Brasil, até se tornar um dos Bonequinhos do jornal O Globo.
Sua trajetória é recontada no livro "Revisão Crítica" (Editora Autografia, 2018) de uma maneira bastante original: fazendo a crítica das próprias críticas. Os 80 textos são acompanhados de observações sobre normas e estilos predominantes em cada época, curiosidades sobre os bastidores da atividade, além de dicas para quem quer se tornar crítico. Com isso, além de oferecer uma saborosa seleção de críticas, Janot mostra que não é apenas a percepção dos filmes que muda ao longo do tempo, mas o que se escreve sobre eles também.
Cursos
Desde 2009, Marcelo Janot ministra regularmente cursos de teoria cinematográfica no Rio de Janeiro. Também costuma levar seus cursos e palestras a outros estados do Brasil. Seus principais cursos são:
"Kubrick, o Gênio das Adaptações" - Em quase cinco décadas de carreira, Stanley Kubrick dirigiu 13 longas metragens, muitos deles obras-primas que o alçaram ao posto de um dos maiores diretores de todos os tempos. Desde o thriller policial “O Grande Golpe” (1956), todos os seus filmes, pertencentes a gêneros diversos como guerra (“Glória Feita de Sangue” e “Nascido Para Matar”), ficção científica (“2001 – Uma Odisséia no Espaço”), drama de época (“Barry Lyndon”), terror (“O Iluminado”), entre outros, têm algo em comum: são adaptações literárias. Qual o segredo de Stanley Kubrick para transformar obras de autores tão distintos, muitas sem grande relevância literária, em obras-primas do cinema? Partindo das questões que envolvem a adaptação de um texto de ficção para o cinema, e fartamente ilustrado por cenas de filmes que permitem uma comparação com os livros, o curso explora a genialidade do autor Stanley Kubrick, mostrando, através dos traços comuns à sua obra, como ele consegue transcender a origem literária e o próprio cinema, já que este se torna, antes de qualquer coisa, uma experiência sublime para o espectador.
"Woody Allen, o Autor Inesgotável" - Como se fosse um operário-padrão do cinema reconhecido por sua assinatura singular, Woody Allen vem realizando quase um filme por ano há cinco décadas. São números que impressionam sobretudo pela regularidade em termos de qualidade e porque Allen também escreve e atuou na maioria deles. Além disso, é um caso raro de quase unanimidade entre crítica e público. Explorar a riqueza da obra deste autor genial é o objetivo do curso "Woody Allen, o Autor Inesgotável", ilustrado por cenas de dezenas de filmes.
"Na Trilha dos Mestres" - Oito grandes diretores, oito maneiras distintas de contar histórias e encantar plateias, em filmes embalados por trilhas sonoras inesquecíveis. Ilustrado por cenas marcantes, o curso analisará a estética da obra de mestres do cinema mundial, como Stanley Kubrick, David Lynch, Alfred Hitchcock, Bernardo Bertolucci, Quentin Tarantino, Sergio Leone, Steven Spielberg e George Lucas. Percebendo a importância do uso da música tanto na construção narrativa quanto na criação de uma marca autoral através dela, o aluno passa a enxergar e a ouvir um filme de outra maneira, enriquecendo sua experiência cinéfila a partir de então. Entre os diversos filmes que terão trechos exibidos, estão “Um Corpo Que Cai”, “Era Uma Vez no Oeste”, “Laranja Mecânica”, “O Último Tango em Paris”, “E.T., O Extraterrestre”, “Star Wars”, “Veludo Azul” e “Pulp Fiction”.
"O Cinema e a Arte da Crítica" - O curso oferece aos interessados por cinema instrumentos para uma melhor compreensão dos elementos que compõem uma obra cinematográfica, a partir da exibição de trechos de filmes e da análise de textos, abordando questões envolvendo o pensamento e o ofício da crítica de cinema.
DJ
Sua trajetória começou meio que por acaso, quando, em 1994, resolveu fechar a boate Public & Co, no Rio, para comemorar o aniversário brincando de DJ entre amigos, a maioria jornalistas. O bom gosto de seu repertório surpreendeu os programadores da casa, que o convidaram para comandar uma noite mensal no lugar.
No ano seguinte, um empresário o procurou com a ideia de transformar o Cabaret Kalesa, um tradicional inferninho da Praça Mauá, freqüentado por marinheiros e prostitutas, em boate para modernos e descolados. Queria um DJ que tivesse um som eclético e fugisse do óbvio. O reconhecimento ao seu talento veio rápido: com som e ambiente diferentes do lugar-comum das boates cariocas. Em menos de um mês a casa se tornou o maior sucesso da noite local. Ficou no Kalesa por três anos, até fechar.
Janot nunca se deixou acomodar pelo sucesso. Sempre trilhou o caminho da experimentação, mas buscando se aproximar do público. No Kalesa, testou pela primeira vez uma fórmula que o consagraria anos mais tarde: a noite dedicada à música brasileira. Também foi dos pioneiros a testar o potencial dos ritmos nordestinos na pista, no Kalesa e no Projeto Raízes (no Ballroom), muito antes de o forró virar moda na noite carioca.
Mas foi na Casa da Matriz, desde sua inauguração, em 2000, que Janot pôde colocar em prática seu conceito de música brasileira para dançar. Criou a festa Brazooka e gradativamente foi acostumando o público a redescobrir as raízes da MPB e a abrir os ouvidos para o som de grupos novos que não encontravam espaço nas rádios. Quando a festa se tornou 100% brasileira, passou a programar, a cada noite, horas temáticas de determinado artista. Assim, apresentou às novas gerações, de forma abrangente e não apenas restrita aos hits, a qualidade do repertório de Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Elis Regina e outros. Com este trabalho de formação de platéias, Janot conseguiu fazer da carreira de DJ uma extensão da atividade jornalística. Realizada toda sexta-feira por um período ininterrupto de 11 anos, a festa foi uma recordista de longevidade na noite carioca.
O currículo é extenso. Em janeiro de 2006, discotecou para públicos de 100 mil pessoas no Rio e em São Paulo, abrindo para o grupo Skank, nas festas oficiais da passagem da Taça da Copa do Mundo pelo Brasil. Menos de um mês depois, foi escolhido, ao lado de Titãs e Afroreggae, para abrir o show dos Rolling Stones, na Praia de Copacabana, onde se apresentou para cerca de 1 milhão de pessoas. Em seguida, durante o carnaval, tocou no camarote da Nova Schin no Sambódromo do Rio. Ainda em 2006, encarou mais um público gigantesco (800 mil) em sua apresentação de lançamento dos CDs "O Som Brazooka do DJ Janot" no evento Brazilian Day, em Nova York. Foi o DJ das festas dos principais prêmios de música do país, o Multishow (onde também cuidou da produção musical da cerimônia) e o TIM.
Em 2007, foi contratado para animar o carnaval de Portugal, com duas apresentações no Culturgest de Lisboa. Em julho, voltou à Praia de Copacabana, onde foi uma das atrações do mega-evento Live Earth, ao lado de Lenny Kravitz, Jorge Benjor e outros, tocando para 600 mil pessoas e com transmissão ao vivo para o mundo inteiro. Em outubro, discotecou no Maracanã, no camarote vip da CBF no jogo Brasil e Equador, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Em 2008, inaugurou, com duas apresentações abrindo o show de Maria Rita no Morro da Urca, o Projeto Verde e Amarelo - live PA. Em fevereiro, abriu o show comemorativo dos 25 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso e Titãs na Marina da Glória. Em setembro, foi uma das atrações da EXPO 2008, em Zaragoza (Espanha), e foi o DJ da inauguração do Museu do Futebol, em São Paulo.
Em 2009, fez sua segunda turnê no carnaval de Portugal, com duas apresentações em Lisboa e uma no Algarve. Foi uma das atrações do reveillon 2010 na Praia de Copacabana. Foi eleito o melhor DJ do Rio por um júri especializado organizado pela Revista Época em sua edição especial "O Melhor do Rio 2009/2010".
Em 2010, foi uma das atrações dos eventos Viradão Carioca, na Cinelândia, do FIFA Fan Fest, na Praia de Copacabana, e da festa de encerramento do Campeonato Brasileiro de Futebol, no MAM.
Em março de 2011, teve seu trabalho como DJ incluído na matéria de capa da revista Veja Rio como uma das "446 Razões Para Amar o Rio de Janeiro". Em agosto foi o produtor musical e DJ do Prêmio Rio Show de Gastronomia, no MAM.
Em 2012, foi o DJ de abertura do show de Stevie Wonder e Gilberto Gil na Praia de Copacabana, tocando para mais de 500 mil pessoas. Também foi uma das atrações do Viradão Impressionista, do CCBB, e DJ de inauguração da casa de shows Miranda, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. Discotecou no evento de comemoração dos 70 anos da Coca-Cola no Brasil.
Em 2013, em dobradinha com a cantora Roberta Sá, animou os Bailes da Rosa, pré-carnavalescos, no Miranda.
Também é um dos DJs mais requisitados para festas corporativas e de casamento, onde também toca música estrangeira. Desde 2006 vem se apresentando em eventos de empresas como Sistema Firjan, Globosat, Icatu Holding, Souza Cruz, Odebrecht, Banco BNY Mellon, Vale, Previ, BR Malls, TIM e Coca-Cola. Animou os casamentos de personalidades do meio artístico como Daniel Filho e Olivia Byington, Thiago Lacerda e Vanessa Lóes, Bruno Mazzeo e Renata Castro Barbosa, Pedro Luís e Roberta Sá, entre outros. Unindo as profissões de jornalista e DJ, é colunista de música da revista Noivas do Rio de Janeiro, desde 2008.
Discos
O trabalho do DJ Janot de formação de público para a música brasileira de qualidade também pode ser ouvido em casa, com a série de CDs O Som Brazooka do DJ Janot. Os três volumes são um passeio pela história da MPB, mostrando como músicas de décadas passadas em versões originais, intercaladas com novas canções e gravações de artistas atuais, ganham “nova cara” quando escutadas sob uma perspectiva diferente.
Os dois primeiros volumes foram lançados em 2006 pela Som Livre, com tiragem de 5 mil cópias cada, e já estão esgotados e fora de catálogo. O terceiro, intitulado "O Som Brazooka do DJ Janot – 10 anos", foi lançado em 2010 pela gravadora Dubas, comemorando uma década de festa Brazooka.
O CD 1 inclui “Eu Bebo Sim”, com Elizeth Cardoso; a raridade “Jorge Maravilha”, de Chico Buarque, com a qual ele driblou a censura assinando Julinho da Adelaide; “Tenha Dó”, do Los Hermanos, a releitura de “Odara”, de Caetano Veloso, por Rappin Hood (“Rap Du Bom Parte 2”), a versão original de “Do Jeito que o Rei Mandou”, de João Nogueira, samba popularizado por Marcelo D2; e “Que pena (Ela Já Não Gosta Mais de Mim)”, de Jorge Ben, com o grupo de samba-jazz Som Três.
O CD 2 é marcado por versões ousadas para clássicos da MPB, como “Essa Moça Tá Diferente”, de Chico Buarque, pelo Bossacucanova; “Samba da Bênção”, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, pelo Caixa Preta; e o remix dos DJs Marcelinho e Kbeça para “Vesti Azul”, de Wilson Simonal. Traz também preciosidades que o DJ Janot garimpa nas prateleiras dos sebos, como “Só O Ome”, de Noriel Vilela, e a gravação de “Benguelê”, de Pixinguinha, feita pelo grupo alemão Fun Horns junto com os brasileiros do Baticun.
O CD 3 é uma seleção com o que de melhor tocou nas pistas brazookas do DJ Janot: o remix exclusivo para "Nem Vem Que Não Tem", de Wilson Simonal; as versões para clássicos da MPB como "Carinhoso", de Pixinguinha, e "Swing do Campo Grande", dos Novos Baianos, por grupos da nova geração como Orquestra Brasileira de Música Jamaicana e Fino Coletivo; além de sambas interpretados por Orquestra Imperial, Roberta Sá, Dudu Nobre, Seu Jorge, Beth Carvalho e Hamilton de Hollanda.