Luís Antônio de Morais Navarro
Quick Facts
Biography
Luís Antônio de Morais Navarro, segundo barão de Cabo Verde, (Fazenda Anhumas, Cabo Verde, Minas Gerais, 23 de maio de 1831 — Cabo Verde, 5 de dezembro de 1901) foi tenente-coronel da Guarda Nacional, cavaleiro e posteriormente comendador da Imperial Ordem da Rosa, professor, político, proprietário rural e nobre brasileiro.
Biografia
Filho de Francisco Salles de Morais Navarro e de Francisca de Paula São José de Morais Navarro, era neto paterno do Capitão João de Morais Navarro, natural de Pitangui, Minas Gerais, (por este ramo descendia do Bandeirante Manuel Preto e Águeda Rodrigues), e de Maria da Conceição dos Santos Bueno de Morais Navarro - avó (ou tia avó), da Baronesa de Cabo Verde, Josefa Amelia dos Santos Bueno de Morais Navarro.
A ascendência do Barão e da Baronesa de Cabo Verde remonta aos primórdios da Monarquia francesa, havendo sido Hugo Capeto um de seus avoengos pela linha genealógica de El Rei Dom Afonso Henriques e D. Mafalda de Sabóia, primeiros reinantes em Portugal.
Militou na política, sendo o chefe do Partido Liberal local, e figura exponencial na vida política e cultural da região de Cabo Verde, com projeção nos assuntos da Corte, no Rio de Janeiro. Foi eleito Presidente da Câmara municipal em 1881, 1893 e 1894, organizando e promulgando, em 1893, as Leis da referida câmara.
Criou, em 25 de setembro de 1893, atraves da Lei nº 09 o distrito de São Bartolomeu/MG e no mesmo dia, pela de nº 10, o distrito de Santo Antonio da Barra/MG que, em 28 de setembro de 1936 torna-se Distrito de Caconde, passando de Minas Gerais para São Paulo, sendo posteriormente renominado Barrânia, atraves do decreto nº 14334, de 30 de novembro de 1944 - Leis da Câmara Municipal de Cabo Verde - 1893.
Com o espirito docente de professor, instituiu escolas, tanto assim, que uma delas recebeu o nome de Ginásio Barão de Cabo Verde, conforme relata Adilson de Carvalho em seu livro "A Freguesia de Nossa Senhora da Assumpção do Cabo Verde e Sua Historia".
O Tenente coronel Luís Antonio de Morais Navarro — futuro Barão de Cabo Verde —, o Padre Próspero Paoliello (Vigário de Muzambinho desde 1861 e tio-avô paterno de Camilo de Lellis Paoliello que se casaria, em 1903, com Eponina Magalhães Navarro, neta do Barão e da Baronesa de Cabo Verde e do professor major Joaquim Leonel Pereira de Magalhães), e Cesário Cecílio de Assis Coimbra (tio materno de Camilo de Lellis Paoliello), foram os principais fundadores da cidade de Muzambinho.
O futuro Barão de Cabo Verde então Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, na época era o presidente da Câmara municipal de Cabo Verde e revestido dessa autoridade, empossa Cesário Cecílio de Assis Coimbra na presidência da Câmara municipal de Muzambinho, aos 9 de janeiro de 1881, tornando-o assim, o seu primeiro presidente, ate o ano de 1894, nas legislaturas seguintes o Coronel Francisco Navarro de Moraes Salles, filho do Barão de Cabo Verde, também viria a ser seu presidente.
No período monárquico exerceu vários cargos por eleição e por nomeação do Governo Imperial. Em 18 de junho de 1881 teve o seu grau na Imperial Ordem da Rosa elevado para Comendador e aos 3 de agosto de 1889 foi titulado Barão de Cabo Verde, por Graça de Sua Majestade Imperial o Senhor Dom Pedro II, recebendo em Palácio, no Rio de Janeiro, das mãos do Imperador do Brasil, a Carta de Outorga do Titulo de Barão - decreto registrado no Livro XII, pag. 120, Seção Histórica do Arquivo Nacional.
Na República foi pela segunda vez Presidente da Câmara municipal de Cabo Verde, cidade na qual a familia Morais Navarro possuia a fazenda Anhumas com um engenho, dedicando-se à produção de açúcar. Coincidentemente, decadas mais tarde, seu trineto paterno, Lamartine Navarro Júnior, fundador e "Pai do Pró-álcool" - Programa Nacional do Álcool, tornar-se-ia grande plantador de cana e usineiro, criando em Teodoro Sampaio, Pontal do Paranapanema/SP, a destilaria Alcídia - primeira usina implantada no Programa Nacional do Álcool - para a produção de etanol como combustivel automotivo.
A família Morais Navarro, foi, também, fundadora, em 1689, da cidade pernambucana de Paulista na pessoa do Bandeirante Paulista, Manoel Alvares de Moraes Navarro, e em 1853, de Jau no estado de São Paulo, na de Bento Manoel de Moraes Navarro.
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O Barão deixou grande descendência no sul mineiro e São Paulo, o que propiciou o entrelaçamento de tradicionais familias paulistas e mineiras, consubstanciado, especialmente, quando uma de suas bisnetas (filha de Camilo de Lelis Paoliello e de Eponina Magalhães Navarro Paoliello), Viggianina Paoliello, casou-se, em São Paulo no ano de 1944, com Flavio de Queiroz Filho - varão mais velho do Magistrado e Jurisconsulto Flavio Augusto de Oliveira Queiroz, e da aristocrata paulista Julieta Penteado Pimentel de Queiroz, (Da. Yaya) - de importantes troncos familiares de São Paulo, dentre esses, os Camargos, Pais de Barros e Penteados.
Foi casado com sua prima em 2º grau, Josefa Amélia dos Santos Bueno de Morais Navarro, Baronesa de Cabo Verde, filha de Modesto Flávio dos Santos Bueno e de Joaquina Teixeira dos Santos Bueno. Pelo ramo de sua bisavó materna, Gervásia de Gouvea Teixeira, era descendente do Bandeirante Antônio Raposo Tavares e de Beatriz Furtado de Mendonça.
A Baronesa de Cabo Verde nasceu em Uberaba em 1833, faleceu e foi sepultada em Muzambinho em 28 de agosto de 1908.
Homenageando-o, a Prefeitura de Cabo Verde deu o seu nome a um logradouro da cidade, a Avenida Barão de Cabo Verde.
Descendência
Filhos do Barão e Baronesa de Cabo Verde
- Modesto Navarro c/c Maria Rita Bardy Navarro
- Francisco Navarro de Moraes Salles c/c Delminda America Pereira de Magalhães Navarro - (ela, sobrinha materna do Barão, portanto eram primos)
- Luiz Navarro
- Horacio de Moraes Navarro
- Gabriela de Moraes Navarro Coimbra c/c Antonio Carlos de Azevedo Coimbra
- Carolina de Moraes Navarro c/c Francisco Alvaro de Moraes Navarro - (ele, sobrinho paterno do Barão, portanto eram primos)
- Josefina Navarro Magalhães c/c Joaquim Pereira de Magalhães - Quinzinho Magalhães - (ele, sobrinho materno do Barão, portanto eram primos e irmão de Delminda América, acima citada)
Netos
- Eponina Magalhães Navarro Paoliello c/c Camilo de Lelis Paoliello
- Lafayette Navarro c/c Tereza Ribeiro Navarro
- Maria Gabriela Navarro Coimbra c/c Luis Navarro Netto
Bisnetos
- Viggianina Paoliello de Queiroz c/c Flavio de Queiroz Filho
- Lamartine Navarro c/c Alice Silva Navarro
- Ibsen de Morais Navarro
- Luis Coimbra Navarro c/c Antonina Gonçalves Navarro
Trinetos
- Lamartine Navarro Júnior
- Flavio Augusto de Oliveira Queiroz Neto c/c Marilene Pimentel de Oliveira Queiroz
Nomeações e títulos
- Tenente coronel da Guarda Nacional
- Presidente da Câmara municipal de Cabo Verde, em dois períodos — de 15/01/1881 a 06/04/1881 e de 07/03/1892 a 06/11/1894
- Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, outorgado em 25 de abril de 1868 - Arquivo Nacional cx. 789 A, pac. 01, doc. 45.
- Comendador da Imperial Ordem da Rosa, outorgado em 18 de junho de 1881 - Arquivo Nacional cx. 789 B, doc. 04.
- Segundo barão de Cabo Verde, outorgado em 3 de agosto de 1889 - Decreto registrado no Livro XII, pag. 120, Seção Histórica do Arquivo Nacional.
Referências
- CARVALHO, Adílson de - A Freguesia de Nossa Senhora da Assumpção do Cabo Verde e sua História Parte 1 e Parte 2
- Forum de Cabo Verde, Inventários - Para a descendência do Barão
- Setor do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Prefeitura Municipal de Muzambinho
- Arquivo Nacional
- Jornal O Muzambinho de 19 de fevereiro de 1939
- QUEIROZ NETO, Flavio Augusto de Oliveira (trineto do Barão) - Acervo das telas e peças
- Arquivos e documentos do acervo pessoal de seus familiares próximos, antigos proprietários da fazenda de Anhumas -MG