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Portugal
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Fernando Dacosta
Portuguese journalist

Fernando Dacosta

The basics

Quick Facts

Intro
Portuguese journalist
Places
Gender
Male
Place of birth
Caxito, Angola
Age
79 years
Education
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Awards
Commander of the Order of Prince Henry
 
The details (from wikipedia)

Biography

Fernando Dacosta , (Caxito, 12 de Dezembro de 1940) é um jornalista e escritor português.

Vida e obra

Nasceu no Caxito, a 100 km de Luanda, na Fazenda Tentativa pertencente à Companhia do Açúcar de Angola, onde o pai trabalhava. Quando tinha três anos de idade, devido à saúde frágil da sua mãe, a família mudou-se para Segões, onde passou a infância e depois para Folgosa, na margem sul do Douro onde passou a adolescência. Em criança, ao banhar-se no Douro, ia morrendo afogado e teve uma experiência de quase-morte.

Fez os estudos secundários no Liceu Nacional de Latino Coelho, em Lamego, ingressou depois na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e acabou por se fixar em Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica.

Em 1967, iniciou a sua carreira jornalística a convite de Carlos Mendes Leal, director da delegação da agência noticiosa Europa Press (ligada à Opus Dei, também conhecida como "Obra", por significar "Obra de Deus" em Latim) em Lisboa. Dacosta foi destacado como repórter na Assembleia Nacional e no Conselho de Ministros. Foi nessa altura que conheceu pessoalmente Salazar. Oriundo de uma família de anti-salazaristas, (mas com relações paradoxalmente pacíficas com o regime de então), Dacosta ficou surpreendido quando, em vez de um temível facínora, ao conhecer pessoalmente Salazar, se deparou com «um ancião de fortíssima personalidade e energia», distinto e afável. Nesse tempo, a sua principal fonte seria a governanta de Salazar, Maria de Jesus Caetano Freire, que tendo simpatizado com o jornalista e os seus antecedentes rurais, depressa o tornou seu confidente. A figura misteriosa e carismática de Salazar motivá-lo-ia no futuro a dedicar particular interesse literário à figura do estadista.

Alarmada pelo seu "irremediável anarquismo" e resistência a catequeses, a "Obra de Deus" não tardaria a dispensar os seus serviços.A convite de José Cardoso Pires, ingressaria no Diário de Lisboa. Colaborou também em vários outros jornais e revistas como Filme, Flama, Notícia, Comércio do Funchal, Vida Mundial, Diário de Notícias, A Luta, O Jornal, JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Público, Visão, etc. Participou em vários programas de rádio, de que se destaca Café Concerto de Maria José Mauperrin, na RDP - Rádio Comercial, nos anos 80. Na RTP, em 1991/2, apresentou uma rubrica sobre literatura. Dirigiu os "Cadernos de Reportagem" e foi co-editor das edições Relógio d'Água.

A sua obra reparte-se por vários géneros: reportagem, teatro, romance, narrativa e conto. Embora sempre associado como homem de esquerda, teve o privilégio de conviver intimamente com algumas das maiores figuras da cultura e da política portuguesa do século XX que eram não só da Oposição mas também do Estado Novo (que de certo modo se lhe confidenciaram incentivados pela sua personalidade discreta e cativante), para além de que já admitiu por escrito admiração de figuras centristas como o ex-Presidente Ramalho Eanes e diga não reconhecer sentido à dicotomia direita-esquerda. Essa sua independência valeu-lhe alguns problemas (por exemplo, quando trabalhava num jornal de esquerda e afirmou querer estudar jornalisticamente os Retornados, o director proibiu-lho por ser um tema "reacionário" (o que não o impediu de o investigar na mesma. Era amigo próximo de Agostinho da Silva e de Natália Correia.

A temática da sua obra, de cunho histórico e sociológico, sem contudo deixar de ser marcadamente intimista e mística, centra-se no fim do Império Português e na preservação da memória do período pré e pós-25 de Abril de 1974, reflectida em escritos como O Viúvo, Máscaras de Salazar ou Os Mal-Amados. Ao longo da sua carreira, a sua obra tem sido frequentemente premiada.

A 9 de Junho de 2005 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

É sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Obras

Narrativa

  • Os Retornados Estão a Mudar Portugal, Relógio d'Água, 1984 - Prémio Clube Português de Imprensa
  • Moçambique, Todo o Sofrimento do Mundo, edição Público, 1991 - prémios Gazeta e Fernando Pessoa
  • Paixão de Marrocos, Asa, 1992
  • A Clínica das Inovações, Império, 1995
  • A Ilha da Sabedoria, Éter, 1996
  • O Príncipe dos Açores, Asa, 1996
  • Máscaras de Salazar, Editorial Notícias, 1997; Casa das Letras, 2006; Bis, 2012
  • A Escrita do Mar, Correios de Portugal, 1998
  • Nascido no Estado Novo, Editorial Notícias, 2001 (reedição: Os Mal-Amados, Casa das Letras, 2008)
  • Os Mineiros, Audiovisuais, 2001
  • Os Retornados Mudaram Portugal, Parsifal, 2013
  • O Botequim da Liberdade, Casa das Letras, 2013
  • Viagens Pagãs, Parsifal, 2015
  • Amália, a Ressurreição, Casa das Letras, 2017

Romance

  • O Viúvo, Publicações Dom Quixote, 1988; Casa das Letras, 2007 - Grande Prémio de Literatura Círculo de Leitores
  • Os Infiéis, Publicações Dom Quixote, 1992

Teatro

  • Um Jipe em Segunda Mão, Ulmeiro, 1983 - Grande Prémio de Teatro RTP, Prémio da Associação Portuguesa de Críticos e Prémio Casa da Imprensa
  • A Súplica, Ulmeiro, 1983
  • Sequestraram o Senhor Presidente, Relógio d'Água, 1984
  • A Nave Adormecida, Teatro Aberto, 1988
  • A Frigideira, 2007 (inédito)

Conto

  • Onde o Mar Acaba (antologia), Publicações Dom Quixote, 1991
  • Imaginários Portugueses (antologia), Edições Fora do Texto, 1992
  • Um Olhar Português (antologia), Círculo de Leitores, 1992
  • Os Sete Pecados Capitais (antologia), Editorial Notícias, 1998; Casa das Letras, 2005

Fotobiografia

  • Salazar, Fotobiografia, Editorial Notícias, 2000; Casa das Letras, 2010
  • Amália, uma Força da Natureza, Colares Editora, 2001
  • Fotobiografia de José de Castro, João da Silveira Caseiro, 2005

Ligações externas

  • Portal de biografias
  • Portal de Portugal
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