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Brazil
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Edy Star
Brazilian actor

Edy Star

The basics

Quick Facts

Intro
Brazilian actor
Places
Gender
Male
Age
86 years
The details (from wikipedia)

Biography

Edy Star, nascido Edivaldo Souza (Juazeiro, 10 de janeiro de 1938) é um cantor, ator, dançarino, produtor teatral e artista plástico brasileiro. Edy foi o primeiro artista brasileiro a revelar sua homossexualidade.

Biografia

Nascido às margens do Rio São Francisco, em Juazeiro (BA), Edy Star vem de uma família de classe média de Salvador. O pai era escriturário, fotógrafo amador e atuava como juiz de futebol nas horas vagas. Sua mãe, dona-de-casa. Os dois se conheceram quando o pai de Edy foi apitar num jogo em Juazeiro. O relacionamento dos dois não era muito bem visto pela família do pai, mas ele acabou se casando e fixando residência em Juazeiro. Edy nasceu em 1938 e um ano depois a família se mudou para Salvador.

Com seu irmão e irmã, Edy teve uma infância agradável na capital baiana, vivendo numa ampla casa com quintal repleto de bananeiras, coqueiros e mangueiras. Sempre leu muito desde pequeno, de gibis a revistas como O Tico Tico, Edição Maravilhosa, Vida Infantil, etc, a publicações como Revista da Semana, O Cruzeiro e Revista Globo.

Aos 17 anos, já tinha lido quase toda a literatura clássica juvenil, de Alexandre Dumas a Érico Veríssimo, de Monteiro Lobato a Charles Dickens, de Edgar Alan Poe a Jorge Amado. Sempre gostou muito de desenhar e assim aprimorou seu traço que anos mais tarde foram a base para sua carreira paralela como pintor.

Outra paixão de Edy é a música. Em sua casa, ouvia principalmente as rádios Nacional (do Rio de Janeiro) e Mayrink Veiga, além dos programas locais da Rádio Sociedade da Bahia - principalmente a Hora da Criança, que ia ao ar todos os domingos às 9 horas da manhã. Seu pai costumava levá-lo aos estúdios do programa, que era comandado pelo professor e jornalista Adroaldo Ribeiro Costa. Quando chegava em casa, improvisava microfone e palco no quintal, e cantava com seus dois irmãos.

A primeira experiência de Edy com o palco aconteceu quando ele tinha 13 anos (1951). Seu pai o observava nas sessões improvisadas de cantoria e o inscreveu no programa A Hora da Criança. Durante os ensaios, realizados no Passeio Público de Salvador, teve também aulas de teatro. Montavam operetas baseadas na obra de Monteiro Lobato e a primeira peça de Edy foi 'Narizinho', em que encarnou o Major Agarra-e-num-larga-mais, um sapo guardião do palácio das Águas Claras. Ganhou nessa época o apelido de 'sapo'.

Carreira

Começou sua carreira artística em Salvador, para onde se mudou ainda bem pequeno. No início dos anos 1960, na capital baiana, já se apresentava cantando nas rádios Sociedade da Bahia e Cultura da Bahia e foi numa delas que fez amizade com o também baiano Raul Seixas que integrava o grupo Os Panteras. Atualmente, Edy é o único remanescente do grupo intitulado "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista", criado por Raul Seixas, na época produtor da CBS Records.

Aos vinte anos fez um curso na Petrobrás onde chegou a trabalhar, um ano depois foi trabalhar em um circo, nessa época conheceu Caetano Veloso e sua família.

Em 1992 foi para a Madri, na Espanha, onde morou por 18 anos. Lá trabalhou como mestre-de-cerimônias de cabarés.

Foi convidado pela Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, para apresentar-se na Virada Cultural de São Paulo, em maio de 2009, e por sua performance refazendo todo o disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10", foi considerado o Melhor Show do Palco 20 Anos sem Raul.

Encontro com Raul e a Sociedade Kavernista

Paralelamente iniciou sua carreira como cantor nas rádios Sociedade da Bahia e Cultura da Bahia, onde conheceu Raul Seixas. No início, a relação de ambos não era das melhores. Raul era a atração principal da emissora (com seu grupo Os Panteras) e ficou enciumado ao ver o sucesso que Edy fez com sua versão histriônica de um sucesso da época, La Bamba. A presença de palco de Edy conquistou muitos fãs entre os ouvintes e público (os shows eram ao vivo no estúdio da rádio), mas entre eles não estava Raul. No entanto, aos poucos, os dois foram vendo que tinham mais afinidades do que diferenças e a amizade logo se firmou.

Quando Raul foi contratado, em 1970, como produtor musical pela gravadora Columbia (CBS Discos), no Rio de Janeiro, levou Edy com ele. O primeiro trabalho da recém formada parceria foi a gravação de um compacto de Edy (que ainda não havia adotado 'Star' como sobrenome): no lado A, 'Aqui é quente, bicho', composição de Raul especialmente feita para Edy. No lado B, 'Matilda', produzida por Raul.

Em 1971, Raul, Edy, Sérgio Sampaio e Míriam Batucada se juntaram para gravar o disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. O disco, inspirado no Sgt. Pepper's dos The Beatles e no compositor e instrumentistas americano Frank Zappa, foi lançado em setembro e completamente ignorado por público e crítica. Há muitas lendas em torno do disco e uma delas diz que Raul, Sérgio, Edy e Míriam gravaram as músicas às escondidas, à noite, sem que ninguém na CBS soubesse, e que por esse motivo Raul Seixas, então um bem-sucedido produtor da gravadora, teria sido demitido. “Isso é uma bobagem”, afirmou em entrevista para a revista Outra Coisa (edição de agosto de 2007).

Edy vira Star

Depois da experiência kavernista, Edy passou a cantar em cabarés e boates da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, no período entre 1972 e 1973, adotando o sobrenome 'Star'. O local era ponto habitual de artistas, jornalistas e intelectuais da época, e o show de Edy chamou a atenção da turma d'O Pasquim, que o elevou a condição de pop-star. Passou então a atuar em boates da zona sul carioca (como a badalada Number One) e em teatros de revista, além de temporadas em São Paulo (boate Up's). Foi contratado pela gravadora Som Livre, onde gravou em 1974 o disco Sweet Edy, com composições feitas especialmente para ele por nomes consagrados da música popular brasileira, entre os quais Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Foi contratado também pela Rede Globo de Televisão e participou de programas musicais na extinta Rede Tupi (1973-1976).

Como artista plástico, tem no currículo mais de 30 exposições nos Estados Unidos e Europa, 16 das quais individuais e quatro Bienais. Seu penúltimo catálogo de obras tem prefácio escrito pelo escritor Jorge Amado. Suas obras estão em museus e coleções particulares brasileiras. Como artista plástico, Edy é verbete no Dicionário de Artes Plásticas do Brasil, de Roberto Pontual.

Como cantor de Rock Glam, é verbete da enciclopédia ABZ do Rock Brasileiro, de Marcelo Dolabela (1987).

Frank-n-Furter de Rocky Horror Show

Em 1975, foi convidado pelo produtor Guilherme Araújo (falecido em março de 2007) para fazer o papel de Frank-n-Furter, o cientista transsexual de Rocky Horror Show, na primeira montagem brasileira da peça de Richard O'Brien - realizada no Teatro da Praia, em Ipanema. Jorge Mautner traduziu o texto e foram convidados a participar nomes do rock nacional da época, como Wanderléia, Raul Seixas, Zé Rodrix e outros. Apenas Zé Rodrix vingou no elenco. Edy inicialmente recusou o papel por discordar da tradução sem adaptação para o Brasil das referências a filmes B de terror americanos e também por não gostar da indicação de Rubens Corrêa para a direção da peça. O papel principal ficou com Eduardo Conde. Faziam parte do elenco: Vera Setta, Betina Viana, Wolf Maia, Nildo Parente e Lucélia Santos.

Vinte dias depois da estreia, Conde ficou doente e Guilherme Araújo retomou o contato com Edy para que ele assumisse o papel, com a missão de fazer o público rir - o que não vinha acontecendo. Uma semana depois, Edy assume o personagem de Frank Father e promove muitas improvisações, o que provocou reações contrárias de parte do elenco. Mas o público gostou da mudança e todos aderiram ao clima de chanchada.

Tomou gosto pela produção teatral e na década de 1980 passou a escrever e dirigir peças, como a comédia A Gargalhada do Peru, atuando ao lado de Leda Lúcia e Jorge Lafond em teatros do Rio de Janeiro e norte do país (1986-1988). Uma releitura sua do clássico O Belo Indiferente, de Jean Cocteau o levou em 1992 ao Festival de Teatro en Primavera de Madri, Espanha. Lá foi convidado com seu grupo a participar das comemorações dos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992). Decidiu então fixar residência na Espanha, primeiramente na cidade catalã e, depois, em Madri. Em 1995, ganhou os prêmios de Melhor Ator de Teatro Alternativo e de Grupo Revelação, com a peça Un Payaso Perdido en Madrid.

É contratado desde 1992 da 'casa de fiestas' (cabaré) Chelsea, em Madri, como diretor de shows.

Discografia

  • 1970 - Compacto (Matilda/Aqui é quente, bicho!)
  • 1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez (com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada)
  • 1973 - Sweet Edy (Disco de Carreia solo)
  • 1975 - Compacto (Baioque)
  • 1975 - Trilha Sonora da Novela "Corrida do Ouro" (Música: A bem da verdade - de Zé Rodrix)
  • 1979 - Zaza Big Circus (Produzido por Zé Rodrix)
  • 2011 - Carrossel de Baco (Participação na Faixa 2)
  • 2012 - 100 anos de Gonzagão (Canta 3 músicas no disco)

Referências

Ligações externas

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