Clodomir Teixeira Millet

Clodomir Teixeira Millet, também grafado Milet (Codó, 17 de agosto de 1913 — Rio de Janeiro, 16 de Janeiro de 1988), foi um médico, empresário e político brasileiro com base eleitoral no Maranhão, estado pelo qual foi deputado federal por quatro vezes e senador por uma legislatura. Pertenceu ao PDS, PSP e à ARENA.

Filho do imigrante libanês Naja José Milet e de Rosalina Teixeira Milet, formou-se em medicina na Faculdade de Medicina da Bahia (atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia), em 1936. Atuou como clínico geral e cardiologista até ser eleito deputado federal pelo Maranhão, em 1950.

Faleceu em 1988, em decorrência de uma embolia pulmonar. Deixou a viúva Maria Simone Barreira Milet e os filhos Maria da Graça Milet Pereira, Evandro Barreira Milet, Paulo Barreira Milet e Maria Lúcia Barreira Milet.

Milet começou na vida política em 1946 quando ficou na primeira suplência de deputado federal pelo PR. Em 1949 foi convidado por Ademar de Barros, então governador de São Paulo, para estruturar o PSP no estado do Maranhão. Nesse período, foi um dos responsáveis pela fundação do Jornal do Povo, em São Luís (Maranhão), que fazia oposição férrea ao então "dono" do Maranhão, Vitorino Freire. Foi Milet que convocou o então jornalista Neiva Moreira, futuro fundador do PDT, para dirigir o jornal.

Em 1950, Clodomir Milet foi eleito deputado federal do seu estado pela primeira vez. Durante todo o seu mandato atuou para promover uma revisão eleitoral no Maranhão, argumentando que teria havido fraudes, com o uso do nome de eleitores mortos para aumentar os votos de certos candidatos. Em razão das alegadas fraudes, Milet teria perdido a eleição para governador, em 1960, e para senador, em 1962. A revisão eleitoral viria apenas em meados da década de 1960. Consta que, após essa revisão, o número de eleitores no estado do Maranhão diminuiu em cerca de trezentos mil, o que levou à história muito contada em São Luís de que, naquele ano, manifestantes pintaram o muro do cemitério em nome dos "desencarnados": "Obrigado, Deputado Milet, por não nos ter obrigado a votar esse ano."

Em 1965, o então presidente Castelo Branco decidiu indicar Milet para governar o Maranhão. Milet recusou a indicação. Como resultado, um jovem político, José Sarney, foi eleito governador em 1965, e Milet eleito Senador em 1966.

Anos depois, ao se recusar a se submeter à aprovação de Sarney, Milet decidiu não se candidatar ao Senado e se aposentou da carreira política. Ao deixar o Senado, foi ainda convidado para se tornar Ministro do Tribunal de Contas da União. Mas não aceitou por não se considerar apto a eventualmente ter que julgar casos de seus amigos e inimigos maranhenses.

Milet voltou a ter um cargo público em 1985, quando foi indicado à presidência da da Companhia Usinas Nacionais pelo presidente José Sarney. Milet permaneceu no cargo até sua morte, em janeiro de 1988.

Seu nome foi dado ao edifício onde atualmente operam a Secretaria da Fazenda e outras secretarias do Governo do Estado do Maranhão, e a uma escola pública no município de Coroatá (MA)

Atividades parlamentares

Senado Federal. Mesa: Segundo-Secretário, 1971-1972. Comissão de Assuntos Regionais: Presidente, 1973-1974; Comissão de Valorização da Amazônia: Presidente; Comissão de Orçamento: Vice-Presidente; Comissão de Finanças: Membro; Comissão do Polígono das Secas: Membro; Comissão de Relações Exteriores: Membro; Comissão de Saúde: Membro; Comissão de Constituição e Justiça: Membro; Comissão de Indústria e Comércio: Membro; Comissão de Agricultura: Membro.

Câmara dos Deputados. Comissões permanentes: Polígono das Secas: Membro; Saúde: Membro.

Atividades associativas

Diretor da Associação Comercial do Maranhão

Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão

• O ensino da terapêutica na Faculdade de Medicina da Bahia, 1935
• Sopro circular e sopro córnico, 1937
• Um novo tratamento para a epilepsia, 1938
• Paludismo e supra-renais, 1939
• A insuficiencia hepática, 1941
• Gardiose biliar, 1941
• A alimentação no Norte do Brasil, 1945.

Referências