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Biography

Cid Seixas Fraga Filho (Maragogipe, Bahia, 1948) é um professor universitário brasileiro, cujo trabalho abrange a literatura, a linguagem e outras questões, estudioso da obra de Fernando Pessoa.

Carreira

Nascido em Maragogipe, Bahia, no distrito de Nagé, no dia 4 de janeiro de 1948,aprendeu as primeiras letras em um livro de recortes preparado pela sua mãe, Maria de Lourdes Fraga, professora do lugar. Cursou o primeiro grau na Escola Estadual Conselheiro Antonio Rebouças e no Ginásio Simões Filho, em Maragogipe, fundado pelo seu tio, professor Gerson Silva e pelo seu pai, o líder político local Cid Seixas Fraga. Aos 15 anos mudou-se para Salvador, onde cursou o segundo grau no Colégio Estadual da Bahia, Central, e no Colégio Estadual Manuel Devoto. Nessa época o país vivia os momentos da repressão política impostos pela ditadura militar.

A partir dos 17 anos de idade trabalhou como repórter e redator na Rádio Cultura da Bahia. Aos 18, ingressou do Diário de Notícias, como estagiário e posteriormente atuou como repórter, colunista e editor. Prestou vestibular para jornalismo, na UFBA, abandonando o curso três anos depois, quando foi registrado como jornalista profissional. Ao desistir do bacharelado em jornalismo, cursou direção teatral na Escola de Teatro da UFBA.

Assinou colunas em jornais diários como o DN | Diário de Notícias e o Estado da Bahia. Fundou e dirigiu um dos mais qualificados suplementos literários da época, o Jornal de Cultura, publicado pelos Diários Associados, de Asis Chateaubriand. Por cerca de três anos dedicou-se exclusivamente à televisão, atuando como apresentador e produtor de espetáculos musicais. Foi free lancer nos principais diários da capital baiana, como A Tarde, a Tribuna da Bahia e o Jornal da Bahia. Quando passou a se dedicar à crítica de rodapé, tipo de crítica literária que marcou o século XX, colaborou com o Minas Gerais Suplemento Literário, o Jornal de Letras, do Rio de Janeiro, O Estado de S. Paulo, a Revista Civilização Brasileira e a Colóquio, de Lisboa. Como compositor, tem músicas gravadas em parceria com Batatinha, Carlos Lacerda, Fernando Lona, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil e outros. No governo do ex-reitor da UFBA, Professor Roberto Santos, foi convidado a dirigir o Teatro Castro Alves, época em que concluía sua licenciatura em Letras pela Universidade Católica do Salvador.

É Mestre em Estudos Linguistícos pela UFBA e Doutor em Literatura pela USP. Na Universidade Federal da Bahia, trabalhou ativamente na reestruturação do Mestrado em Estudos Linguísticos e Literários e no plano inicial de implantação do Doutorado, onde orientou algumas dissertações e teses. Exerceu as funções de Vice-Chefe e de Chefe do Departamento de Vernáculas da UFBA, bem como de Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação / Mestrado e Doutorado.

Como consultor, na área de educação, elaborou currículos de graduação e pós-graduação de algumas faculdades particulares e de universidades públicas, ressaltando a plenificação dos cursos de Letras que antecederam à criação da UESB, tendo sido também contratado como consultor para implantar o Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana. Em 2009 prestou concurso para Professor Adjunto de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira da mesma UEFS, tendo sido aprovado em primeiro lugar. Somente quatro anos depois tomou posse no cargo, mediante recurso judicial.<

Assinou por mais de quatro anos a coluna “Leitura Crítica”, no jornal A Tarde, de Salvador. Na área de editoração, dedica-se a planejamento editorial e projeto de livros, e-books e outras publicações. Em 2014 criou, através do CEDAP, a Editora Universitária do Livro Digital, para atuar em universidades e instituições culturais, disponibilizando e-books para serem lidos gratuitamente. Publicou duas dezenas de livros e plaquetes, entre obras de criação, teoria e crítica, destacando-se O Espelho de Narciso (Civilização Brasileira), Triste Bahia (Coleção Letras da Bahia), O lugar da linguagem da teoria freudiana (Casa de Jorge Amado), O espelho infie l(Diadorim), O trovadorismo galaico-português (UEFS), Os riscos da cabra cega: recortes de crítica ligeira (PPgLDC) etc. Sua produção intelectual perfaz cerca de 500 títulos, incluindo livros, plaquetes, artigos etc.                                                                      

Obras

Poesia

  • Temporário; poesia. Salvador, Ci­mape, 1969 (Coleção Autores Baianos, 3).
  • Paralelo entre homem e rio: Fluviário; poesia. Sal­va­dor, Im­pren­sa Oficial da Bahia, 1972.
  • O signo selvagem; metapoema. Salvador, Margem; De­parta­mento de As­suntos Culturais da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1978.
  • Fonte das pedras; poesia. Rio de Janeiro, Ci­viliza­ção Brasi­leira; Bra­sília, Instituto Nacional do Livro, 1979.
  • Fragmentos do diário de naufrágio; poesia. Salva­dor, Ofi­ci­na do Livro, 1992.
  • O espelho infiel; poesia. Rio de Janeiro, Diadorim, 1996.

Ensaio e crítica

  • O espelho de Narciso. Livro I: Linguagem, cultura e ideo­logia no idealismo e no marxismo; ensaio. Rio de Ja­neiro, Civiliza­ção Brasileira; Brasília, Ins­tituto Nacional do Livro, 1981.
  • A poética pessoana: uma prática sem teoria; en­saio. Sal­vador, CEDAP / Centro de Editora­ção e Apoio à Pes­quisa, 1992 (Tiragem restrita e fora do comércio).
  • Godofredo Filho, irmão poesia; ensaio. Salvador, Ofi­ci­na do Livro, 1992 (Tiragem restrita e fora do comércio).
  • Poetas, meninos e malucos; ensaio. Salvador, Uni­ver­si­­dade Federal da Bahia, 1993 (Cadernos Literatura & Lingüís­ti­ca, Vol I).
  • Jorge Amado: Da guerra dos santos à demolição do euro­cen­­tris­mo; ensaio crítico. Salvador, CEDAP, 1993.
  • Literatura e intertextualidade; ensaio. Salvador, CEDAP, 1994.
  • Herberto Sales. Ensaios sobre o escritor. Salvador, Oficina do Livro, 1995 (Tiragem restrita e fora do comércio). O viajante de papel. Perspectiva crítica da literatura portuguesa. Salvador, Oficina do Livro, 1996 (Tiragem limitada, fora do comércio).
  • Triste Bahia, oh! quão desseme­lhante. Notas sobre a literatura na Bahia. Salvador, Egba, Secretaria da Cultura, 1996.
  • O lugar da linguagem na teoria freudiana; ensaio. Salvador, Fundação Casa de Jorge Amado, 1997 (Col. Casa de Palavras).
  • O silêncio do Orfeu Rebelde e outros escritos sobre Miguel Torga; ensaios. Salvador, Oficina do Livro, 1999 (Tiragem restrita e fora do comércio).
  • O trovadorismo galaico-português; ensaio crítico e antologia. Feira de Santana, UEFS, 2000.
  • Três temas dos anos trinta; textos de crítica literária. Feira de Santana, UEFS, 2003 (Cadernos de sala de aula).
  • Os riscos da cabra-cega. Recortes de crítica ligeira. Org., intr. e notas Rubens Alves Pereira e Elvya Ribeiro Pereira. Feira de Santana, UEFS, 2003. (Col. Literatura e diversidade Cultural, 10)
  • Desatino romântico e consciência crítica. Uma leitura de "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco. 2a ed. Salvador, Rio do Engenho, 2016.

No exterior

  • The savage sign / O signo selvagem; poesia; trad. Hugh Fox. Lansing, Ghost Dance, 1983 (Edição bilingue norte-americana).
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