Arcy Lopes Estrella

Destacou-se por sua atuação como defensor do trabalhador rural, fundando, na década de 1950, a União de Lavradores do Estado do Rio de Janeiro – ULERJ. Exerceu a Presidência do Triunvirato da União Operária e Camponesa do Brasil – UOCB, na década de 1960. Filiado ao Partido de Representação Popular – PRP, atuou como correspondente no jornal oficial da legenda A Marcha, participando nos anos subsequentes de inúmeras organizações políticas, fundando na década de 1990 o Centro Cultural Plínio Salgado – CCPS, responsável em disponibilizar biblioteca pública, cursos profissionalizante e acessória jurídica gratuita para toda comunidade de São Gonçalo e Niterói, regiões localizadas no Estado do Rio de Janeiro.

Sobre sua passagem pela Acção Integralista Brasileira, Arcy Estrella indica alguns detalhes deste período para pesquisadora Márcia Regina da Silva Ramos, durante entrevista realizada para o Laboratório de História Oral e Imagem:  “Na década de trinta o movimento começou em 1932, de 1932 a 1936 eu era muito jovem. Só em 1936, foi que eu ingressei na Ação Integralista Brasileira. Era na época presidente do Núcleo Doutor Rocha Vaz, da Rua das Laranjeiras, número trezentos, Rio de Janeiro. Rocha Vaz era médico e mantinha ali o Núcleo como uma espécie de assistência, com assistência médica, com assistência jurídica, como assistência social.

Ao longo da sua vida, atuou ativamente em projetos sociais, com a realização de cursos profissionalizantes e defendendo os direitos da população carente, através da militância jurídica, participando ativamente como difusor da campanha de Plínio Salgado para Presidência da República , em 1955, no Estado do Rio de Janeiro - RJ. Em consequência da sua militância foi preso na década de 1960, acusado de atividades subversivas, acusações posteriormente retiradas através do processo movido pelo acusado e emissão de certidão negativa assinada pelo Supremo Tribunal Militar, conforme descreve com riquezas de detalhe:

“Em 1964, na revolução de março, me pegaram em uma madrugada. Em 03 de abril, recolheram-me ao 3° R.I (porque sou também sargento reformado do Exército Brasileiro). Alí, durante 03 dias incomunicáveis, depois fui para o DOPS. Do DOPS me recolheram à penitenciária da Frei Caneca. Estive alí cerca de trinta dias. Como? Não tinha crime nenhum e nada que pudesse comprovar a minha conduta e má conduta. No Frei Caneca, mandaram-me com mais trinta homens para o Caio Martins, em Niterói. Alí, fui conhecer Armando Ferreira, que esteve também preso junto com amigos” .

Em 1987, durante reunião da Direção Nacional realizada no Estado do Rio de Janeiro – RJ, com a presença do Conselho Nacional, da Ação Integralista Brasileira, por unanimidade foram eleitos os membros do Conselho Nacional, sendo Arcy Lopes Estrella eleito para ocupar o cargo, conforme noticiou o jornal Renovação Nacional, dirigido pelo Jader Medeiros, demonstrando sua permanência nas fileiras do Sigma.

Entre as diversas fases profissionais, exerceu com destaque o ofício de jornalista, com diversos artigos publicados em jornais e revistas sobre temas variados, predominando analises sobre política, história e religião. Idealizador do emblemático informativo Alerta, lançado o primeiro número em novembro de 1995, difusor da doutrina do Sigma, com importante papel de reorganização do Integralismo, servindo como modelo para outros boletins Integralistas. Segundo a pesquisadora Marcia Regina da Silva Ramos Carneiro: “Pode-se dizer que o informativo Alerta nasceu sem a pretensão de ser um “formador” de opiniões. Queria formar sim o integralista, mais isso não significa impor ou produzir “tempestades cerebrais”. O Alerta surgiu mais como um repositório da memória integralista e um “formador” doutrinário”.

Membro da Legião 11 de Maio, entidade que ajudou a divulgar através da publicação do emblemático artigo "Eu vi o 11 de maio", organização criada com o objetivo de preservar a história dos Mártires Integralistas que tombaram durante o levante de 11 de maio de 1938, com cerimonias anuais realizadas no Mausoléu dos Mártires Integralistas, pelos militantes do movimento.

Ao longo dos anos ocorreram algumas iniciativas de pesquisadores com o objetivo de preservar e homenagear a história de militância política e social de Arcy Estrella para posteridade, dentre elas o Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da Universidade Federal Fluminense (UFF), em 03 de setembro de 1998, realizou uma extensa entrevistatemática, disponibiliza em seus arquivos sobre temas variados de sua trajetória, além do livro História de um Integralista Gonçalense, de autoria de Marcos Vinícius Macedo Varella, publicado em 2007 e o Centro Cultural Arcy Lopes Estrella – CCALE , destinado à preservação e história da memória Integralista, servindo os trabalhos como fontes para futuras pesquisas sobre a história da política nacional.

Durante sua vida Arcy realizou diversos tipos de trabalhos, dentre eles destacam-se:

• Advogado
• Jornalista com diversos artigos publicados em jornais e revistas sobre temas variados, predominando analises sobre política, história e religião.
• Funcionário Público
• Militar chegando ao cargo de Sargento do Exército.
• Presidente da União Operária e Camponesa do Brasil – UOCB, na década de 1960.
• Membro do Partido de Representação Popular - PRP
• Correspondente no jornal oficial da legenda A Marcha, participando nos anos subsequentes de inúmeras organizações políticas.
• Membro da legião 11 de maio.
• Fundador do Centro Cultural Plínio Salgado – CCPS, responsável em disponibilizar biblioteca pública, cursos profissionalizante e acessória jurídica gratuita para toda comunidade de São Gonçalo e Niterói, regiões localizadas no Estado do Rio de Janeiro.

Referências

• Memorial Arcy Lopes Estrela
• Filme Soldado de Deus
• Artigo: Eu vi o 11 de Maio!

• Plínio Salgado
• Ação Integralista Brasileira
• Frente Integralista Brasileira (FIB)
• Integralismo
• Partido de Representação Popular (PRP)
• Movimento Águia Branca
• União Operária e Camponesa do Brasil (UOCB)