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Places | Portugal | ||||||||
Gender |
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Birth | Kingdom of Portugal, Kingdom of Portugal | ||||||||
Death | Kingdom of Portugal, Kingdom of Portugal | ||||||||
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Biography
Urraca Sanches de Portugal (antes de 1175-depois de 1256) foi uma infanta do Reino de Portugal.. Viúva de um poderoso senhor, foi uma importante doadora do Mosteiro de Santo Tirso.
Primeiros anos
Urraca foi um dos dois únicos filhos bastardos que Sancho I de Portugal teria com Maria Aires de Fornelos (cuja origem poderia estar nos senhores de Torre de Fornelos, proveniente de Crecente, Pontevedra), filha de Aires Nunes de Fornelos e Mor Pires. Teve ainda um irmão inteiro, Martim Sanches de Portugal. O seu nascimento é logicamente posterior a 1198, uma vez que o rei só começa a ter filhos bastardos depois da morte da esposa, Dulce de Aragão, em 1198. Porém há notícias suas em 1175, que se opõem a esta teoria.
Maria Aires viria depois a casar com Gil Vasques de Soverosa, levando consigo os filhos do rei, pois surgem numa doação que faz, com o seu novo esposo, em 1175 no Mosteiro de Santo Tirso, aos seus parentes, Marinha Pais e Vasco Pires..
A 11 de abril de 1207, Sancho doou a estes dois filhos as vilas e igrejas de Vila Nova dos Infantes e Golães, ficando disposto o seguinteː
“ | Estas são as herdades que dei aos filhos que tive de Dona Maria Aires: Vila Nova, Golães e Silvares. Dei ainda a D. Martim Sanches, filho que dela tive, oito morabitinos (...) e a Urraca Sanches sete (...). Quero que todos os filhos que me deu Dona Maria Aires fiquem com a herdade que dei a sua mãe, e, quando um dos dois morrer, o sobrevivente fique com toda a herdade para si. | ” |
O testamento de Sancho Iː o casamento
Em 1209, Sancho I mandara lavrar testamento, segundo o qual dava às suas filhas, Mafalda, Teresa e Santa Sancha, respetivamente a posse dos castelos de Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos. Pouco antes da sua morte em 1211, Sancho I nomeara seus testamenteiros, que não tardaram a descobrir que se teriam de fazer valer os direitos do rei à força:o infante Afonso não concordou com o testamento deixado pelo pai e recusou cumpri-lo.
Um dos magnatas, Gonçalo Mendes II de Sousa, fez frente ao monarca e protegeu os direitos das infantas-rainhas. Associado pelo parentesco a este revoltoso barão estava também um outro grande senhor a ter em conta, Lourenço Soares de Ribadouro, cunhado de Gonçalo. A ascendência privilegiada de Lourenço deu-lhe acesso a uma grande quantidade de haveres, que Sancho I fizera questão de aumentar, dando-lhe assim alguma autoridade na maior parte da atual Beira Alta, uma região com a qual até os monarcas procuravam manter uma sólida amizade. Afonso II de Portugal procurou imitar o pai neste assunto, até para atrair Lourenço para a sua fação. Pode também ter sido esta uma das causas que levou a que se unisse a infanta bastarda Urraca a este magnate.
Sabe-se que em 1219 estava já casada, uma vez a 11 de fevereiro desse ano surge ao lado do esposo numa doação que ambos fazem A Deus, a Santa Maria, ao abade D. Henrique e ao convento de Sobrado da terça parte das propriedades que detinham em Nogueirosa, com os seus coutos e termos. Estes bens estavam relacionados provavelmente com o património da sogra, a galega Sancha Bermudes de Trava, então já falecida. Por esta doação, os religiosos deveriam participar em todas as orações pelas suas almas, e no dia da festa de Santiago se fizesse memória deles no Capítulo. Após a morte de ambos, os sacerdotes deveriam pregar missas pelo primeiro membro do casal a falecer
Últimos anos
Lourenço não chegou ao fim do reinado de Afonso II, pois faleceu, sem descendência, uns meses antes deste, a 28 de setembro de 1222, segundo o obituário do Mosteiro de Salzedas, onde se sepultou. Não tendo filhos, legou os seus bens à viúva, Urraca. A infanta foi assim a responsável pela doação de uma grande parte desta herança à Ordem do Hospital, sendo algumas delas mesmo testemunhadas pelas Inquirições de 1258.
“ | Item freguesia de Santa Maria de Villa Noua dizem as testemunhas que a uirom trager e husar toda per honrra ao moesteiro de santo tysso e todo o senhorio e trage hy seu moordomo e seu vigairo e dizem que ouuirom dizer que ha deu Dona Orraca Sanchez hao moesteiro. | ” |
A menção refere-se à doação da herança paterna, ato no qual imitara o seu irmão, Martim Sanches. Este ainda vivia por volta de 1226, dado que em janeiro desse ano, faz doação da sua parte da herança paterna em Golães e Vila Nova dos Infantes ao Mosteiro de Santo Tirso . D. Silvestre, abade do Mosteiro, recebe esse património com a cláusula da sua eficácia post mortem, isto é, só receberia as metades das vilas após a morte do doador . Sabe-se que Martim não terá vivido muito mais tempo, pois em 1235, já doava bens pela sua alma ao Mosteiro de Fiães.
Pouco depois foi a vez de Urraca doar a sua própria parte nas vilas herdadas do seu pai. Em maio de 1245, o então abade Fernão Pires comprou estes bens, ato oficializado por uma doação de Urraca, na qual, as metades das vilas e respetivos termos. Doava ainda dois casais em Vila Nova e dois em Golães e ainda uma vinha em Seara (provavelmente um lugar numa das vilas), mas, tal como irmão, apenas com efetivação post mortem, assegurando assim a sua posses vitalícia.
A este mesmo mosteiro veio também doar as honras que herdara do marido em Vila Cova e Fontelo.
A sua última aparição na documentação data de 1256, sendo mencionada no testamento da sua meia-irmã, a infanta Mafalda de Portugal, que faleceria a 1 de maio desse ano. A própria Urraca deve ter também falecido provavelmente pouco depois dessa data.
Bibliografia
- Correia, Francisco Carvalho (2008). O Mosteiro de Santo Tirso, de 978 a 1588: A silhueta de uma entidade projectada no chao de uma história milenária (Tese de doutoramento). Santiago de Compostela: Facultade de Xeografía e História. Universidade de Santiago de Compostela. ISBN 978-8498-8703-81
- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - 50 vols. , Vários, Editorial Enciclopédia, Lisboa.
- López-Sangil, José Luis (2002). La nobleza altomedieval gallega, la familia Froílaz-Traba (PDF) (em espanhol). A Coruña: Toxosoutos, S.L. ISBN 84-95622-68-8
- Mattoso, José (1991). «A nobreza medieval Portuguesa no contexto peninsular» (PDF). Revista da Faculdade de Letras: História (III). Porto: Universidade do Porto. pp. 1019–1044. ISSN 0871-164X
- Reis, Baltasar dos (1934). Livro da fundação do Mosteiro de Salzedas. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa
- Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Universidade do Porto
- Sousa, D. António Caetano de, História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição, Coimbra, 1946, Tomo XII-P-pg. 147
Urraca Sanches de Portugal Dinastia de Borgonha | ||
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Herança de viuvez | ||
Precedido por Lourenço Soares | Senhora de Caria Senhora de Fontelo Senhora de Vila Cova Senhora de Fonte Arcada 1222-1256 | Sucedido por Doações diversas ao Mosteiro de Santo Tirso e à Ordem do Hospital |