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A.K.A. | Harri Shibata | |
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Biography
Harry Shibata é um ex-médico legista brasileiro, diretor do Instituto Médico Legal de São Paulo entre 1976 e 1983.
Shibata é considerado conivente com a repressão da ditadura militar no Brasil (1964-1985), por causa dos laudos médicos que elaborou a respeito de vítimas desse regime. Foi também acusado de outras formas de colaboração com as forças de segurança do então regime, como instruir os torturadores sobre como não deixar marcas de suas ações nos corpos dos torturados. Entre outros, atestou que a causa mortis do operário Manuel Fiel Filho fora suicídio e, em 1975, assinou o laudo sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, declarando-o suicida sem ter visto o corpo remetido ao IML pelo Exército, em cujas dependências (especificamente no DOI-CODI) ele morrera. Também atestou como morte em tiroteio a causa mortis da guerrilheira Sônia de Moraes Angel, morta na tortura em São Paulo, onde teve um seio arrancado e foi estuprada com um cassetete.
Considerado culpado de maquiar laudos de necrópsia para encobrir torturas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), teve seu registro profissional cassado em 1980, recuperando-o anos depois na Justiça. Nos anos 70, foi condecorado pelo Exército com a Medalha do Pacificador, por sua colaboração profissional com o regime vigente.
Em 1982, enquanto diretor do Instituto Médico Legal de São Paulo, foi quem assinou o laudo contendo a causa mortis da cantora Elis Regina. Nele, constava que ela tinha morrido em consequência de uma intoxicação provocada por bebida alcoólica e cocaína.
Foi alvo de um escracho popular em sua casa, em 7 de abril de 2012, por manifestantes do Levante Popular da Juventude que denunciaram sua colaboração com a ditadura militar brasileira, em especial o acobertamento de casos de tortura. No mesmo ano, foi processado pelo Ministério Público Federal pelo crime de ocultação de cadáver.