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Biography
Eduardo Carlos Pereira de Magalhães nasceu em Caldas, Minas Gerais, no dia 8 de novembro de 1855, foi um ministro evangélico presbiteriano, professor, escritor e um dos mais importantes líderes do movimento protestante brasileiro do final do século XIX.
Fundador da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (31.07.1903), primeira denominação Evangélico brasileira.
Casou-se com D. Luisa Pereira e teve dois filhos - Carlos Pereira de Magalhães, o primogênito, que se casou com D. Gertrudes Barros Pereira de Magalhães e Leonor de Magalhães Stuart, que se casou com Charles Stuart.
Biografia
O pai de Carlos Pereira era farmacêutico e com ele foi aprendiz de farmácia, sua mãe era professora e com ela aprendeu as primeiras letras. Foram com os professores enviados para Caldas pelo Imperador D. Pedro II, que ele veio a ter a oportunidade de aprender o latim e o francês. Quando adolescente deseja estudar na Academia de Direito de São Paulo, para isso, logo cedo foi morar em Araraquara (cidade do interior paulista) e matriculou-se no Colégio Ipiranga. Quando esse colégio modou para a cidade de Campinas no ano de 1873, Carlos Pereira também acompanhou sua mudança indo para lá. Em Campinas conheceu o missionário presbiteriano George Morton e com ele manteve conversas sobre vários pontos da religião cristã. Em 1874, aos 18 anos de idade se preparava para ingressar na Academia de Direito de São Paulo, então, moudou-se para a capital paulistana e passou a lecionar latim e português. O missionário George Morton recomendou ao jovem professor que ao chegar em São Paulo procurasse o Rev. George. W. Chamberlain, que na ocasião era pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo, situada à rua 24 de maio e, foi exatamente o que fez.
Em 1875, aos 19 anos, já frequentando a Primeira Igreja, fez sua pública profissão de fé perante o Rev. Chamberlain e neste mesmo tempo chegou a matricular-se na Academia de Direito, porém, o Rev. Chamberlain exerceu grande influência para que o jovem tomasse outros rumos. Foi assim que Carlos Pereira abdicou de seu projeto inicial de seguir a carreira jurídica e no dia 14 de agosto de 1875 abraçou os estudos teológicos. Teve como professores/tutores os Reverendos Chamberlain e John Beatty Howeel. Em 1880, após quatro anos de estudos, obteve sua licenciatura para o ministério da Palavra. Neste período conheceu e casou-se com Louise D’Alliges Lauper, que após o casamento passou a se chamar Luíza Pereira de Magalhães.
Também atuou como missionário na cidade de Lorena, interior paulista, mas foi de forma breve, pois logo que ordenado pastor presbiteriano ao ministério da Palavra e dos Sacramentos o Rev. Carlos Pereira empreendeu viagens a outras cidades do interior de São Paulo. Em 1883 dirigiu-se à cidade de Campanha, interior de Minas Gerais onde ali estabeleceu uma igreja a qual foi pastor por quase seis anos.
O período em que esteve distante, tanto da capital do império como da cidade de São Paulo, não o impediu de exercer grande influência nos círculos protestantes e nas discussões do momento. Foi nessa cidade interiorana que ele criou a Sociedade Brasileira de Tratados Evangélicos, que tinha como alvo a produção de literatura cristã para a evangelização nacional, também fundou em 1887 o jornal Revista das Missões Nacionais que tratava de questões internas da denominação. A finalidade dos dois novos meios de comunicação era: produzir materiais evangelísticos que abordassem com mais precisão a relação entre a igreja e o contexto social brasileiro e a emancipação econômica da igreja.
Em 1888 o Rev. Carlos Pereira foi eleito pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo, com isso, aos trinta e dois anos de idade foi empossado pastor de uma das mais importantes igrejas protestantes do Brasil, contando com grande comprometimento da igreja. Em 1893 o Rev. Carlos Pereira fundou o jornal evangélico O Estandarte, sucessor do primeiro jornal evangélico impresso no Brasil fundado pelo Rev. Ashbel Green Simonton de nome A Imprensa Evangélica. Ele também exerceu interinamente, durante um ano, a função de diretor do Ginásio de São Paulo e também atuou como jornalista colaborador junto aos jornais seculares, O Estado de S. Paulo (1907-1910) e Correio Paulistano, quando contribuiu com diversos artigos para esses jornais.
No ano de 1922 já cansado pelos embates da vida e com traços de tristeza pela perda da esposa em 1921, obteve licença do pastorado da 1ª Igreja, saiu do Brasil em abril de 1922, onde esteve na Europa e Estados Unidos, regressou em janeiro de 1923, quando em março do mesmo ano, aos 68 anos, faleceu.
Ideais
O seu desejo era ver uma igreja brasileira, comprometida e sustentando os próprios projetos, andando por meio de seus próprios recursos. Para ele, a Igreja Presbiteriana do Brasil deveria responsabilizar-se com a evangelização no país e, para isso, campanhas de arrecadação eram necessárias para o sustento dos pastores nacionais, evangelistas e professores dos seminários. A partir dessas iniciativas ele estabelece seu ideal de independência das missões estrangeiras e também começa a se destacar nas questões sociais do período. Neste sentido foi um dos mais importantes líderes do movimento protestante de seu tempo, tendo a concretização de parte seus projetos em 1903, quando foi o principal articulador na organização da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, alcançando assim a autonomia eclesiástica tão desejada.
Também foi num dos folhetos da Sociedade Brasileira de Tratados Evangélicos que o Rev. Carlos Pereira pronunciou-se claramente contra a escravidão no Brasil, o título do folheto era: A religião christã em suas relações com a escravidão. Neste artigo ele opõe-se claramente ao escravismo dos presbiterianos da Missão Sul dos EUA, defensores por meio de uma hermenêutica bíblica de tal sistema, também defendido por alguns missionários do Norte dos EUA.
Obras
Em 24 de dezembro de 1894 foi nomeado para a primeira cadeira de português do Ginásio da Capital, onde exerceu o magistério até a sua morte em 1923. Tendo produzido nesse período as suas principais obras linguísticas:
- Gramática Expositiva – curso superior (1907),
- Gramática Expositiva – curso elementar (1908).
- Gramática Histórica (1916).
Foi grande a aceitação destas gramáticas: a primeira teve 96 edições; a segunda 153 edições e a terceira 10 edições.
Outras obras:
- Questões de Filologia (1908)
- A Maçonaria e a Igreja Cristã
- O Protestantismo é uma Nulidade
- O Problema Religioso na América Latina (1920)
Ver também
- Igreja Presbiteriana do Brasil
- Igreja Presbiteriana Independente do Brasil